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Odes à lama, ao chapéu coco de palha, ao maracatu e ao Recife eram raras quando Chico Science começou a entoá-las à frente da Nação Zumbi. O artista, uma espécie de porta-estandarte ou garoto-propaganda do movimento cultural cooperativo que aumentou a autoestima de artistas e moradores da cidade, o Manguebeat, completaria 51 anos nesta segunda-feira (13). Francisco de Assis França, morto após acidente de carro há 20 anos, em 2 de fevereiro, é lembrado em um novo livro e uma programação especial na cidade do Recife, onde viveu.
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“Mangue Beat – Guitarras e Alfaias da Lama do Recife para o Mundo”, de autoria dos jornalistas Júlia Bezerra e Lucas Reginato, chega às prateleiras como parte da coleção Movimentos Musicais. Em uma série de entrevistas, os dois desenham a personalidade inquieta, vibrante e contagiante do músico e dos amigos que, com ele, forjaram o Manguebeat, a saber: Fred Zero Quatro, vocalista da Mundo Livre S/A e Renato L, autores do documento que regeu a atividade cultural, chamado Manifesto Mangue.
O Memorial Chico Science, localizado no histórico bairro de São José, na Rua de São Pedro, 21, no Recife, dedica montou uma agenda que segue até sexta-feira (17). Nestas segunda e terça, a programação começa com exibição de documentários, entrevistas e fotos da meteórica carreira de Francisco de Assis França. O DJ Tiger montou um repertório - com pérolas de artistas sobre os quais Chico não parava de falar, em festas pela cidade, nos palcos e em músicas, como Beastie Boys, James Brown – para apresentar nesta quarta-feira (15), às 15h.
Histórias íntimas, da infância e da juventude de Science, serão reveladas pelo irmão dele, Jamelão, nesta quinta-feira (16), às 14h. Encerrando a programação, na sexta-feira (17), às 15h, Gilmar Bola 8, ex-integrante da Nação Zumbi, fala sobre os primeiros anos nos palcos.
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