© REUTERS/Kai Pfaffenbach
Se nos últimos anos os ministros das Finanças dos 20 países mais poderosos do mundo (G20) prometeram "resistir a todas as formas de protecionismo", o documento deste ano ignorou o tema e também o impacto das mudanças climáticas.
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Tradicionalmente, a menção contrária às práticas protecionistas é incluída nos textos, mas acredita-se que a nova postura do governo dos Estados Unidos, que tem em Donald Trump um feroz adversário às políticas de globalização, foi fator determinante para a exclusão do tema.
"Trabalharemos para reforçar a contribuição do comércio para as nossas economias", limita-se a dizer o documento sobre o comércio global apresentado pelos ministro após reunião em Baden Baden, na Alemanha. Além disso, o documento apenas cita a necessidade de um "reforça" na arquitetura global do segmento.
O texto final apresentado neste sábado (18) também não faz nenhuma menção às questões ambientais e às mudanças climáticas, que são consideradas "besteiras" por Trump. O Acordo de Paris, que entrou em vigor no ano passado, não foi citado.
Por causa disso, o ministro da Economia da França, Michel Sapin, soltou uma nota em que "lamenta" a falta de acordo sobre o comércio mundial e pela "absoluta" ausência de qualquer referência ao Acordo de Paris sobre o aquecimento global.
Por sua vez, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse que seu governo acredita em um comércio livre, mas "equilibrado". O representante de Trump destacou que Washington tem "confiança" de que vai trabalhar construtivamente com os parceiros do G20.
Já o ministro alemão da Economia, Wolfgang Schäuble, afirmou que "houve muita discussão sobre o comércio" e que "encontramos uma fórmula que reflete a vontade de continuar a abster-se da desvalorização competitiva [de moedas], da concorrência não justa e estamos todos convictos de que o comércio global reforça as nossas economias globais".
"Às vezes, nessas reuniões, nós não conseguimos atingir todos os resultados que queríamos", disse ainda Schäuble.
O documento aponta que a retomada do crescimento global continua a fazer "progressos", mas diz que ainda há riscos para a economia mundial que fazem com que todos se comprometam a usar "todos os instrumentos para estimular o crescimento e reforçar a contribuição ao comércio internacional".
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou que o encontro foi importante porque ocorreu em um momento em que "há sinais de que o crescimento da economia global está ganhando velocidade e encontrou um ponto de virada, mesmo se ainda há incertezas". (ANSA)