O escândalo revelado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na produção de carne no país, chegou também ao polêmico deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ).
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Segundo as investigações, o esquema de corrupção envolvendo os grandes frigoríficos do Brasil, abastecia e financiava partidos como PMDB e PP. Este último, foi o partido de Bolsonaro de 2005 a 2016.
A polêmica começou quando se tornou público que Jair Bolsonaro recebeu R$ 200 mil de doação da empresa JBS - dona da marca Friboi, em 2014. Em seguida, o deputado federal divulgou um vídeo em sua página do Facebook afirmando que "devolveu" o dinheiro doado pelo frigorífico.
No entanto, o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, divulgou neste domingo (19), dados que mostram que Bolsonaro devolveu o dinheiro da JBS ao partido e, em seguida, teria recebido novamente os R$ 200 mil, dessa vez oriundo do Fundo Partidário do PP.
A publicação apresenta o recibo eleitoral que mostra as transações efetuadas para Jair Bolsonaro e sugere que o deputado federal tenha transferido o dinheiro ao partido para depois receber novamente, desta vez do fundo partidário, configurando assim uma 'maquiagem' de valores das contas eleitorais.
No Facebook do deputado, um seguidor questiona: "Tem vídeos mostrando que devolveu o dinheiro da friboi mas ficaram com o dinheiro do partido. Na doação pra campanha, por favor expliquem isso pros eleitores", escreveu um internauta.
Bolsonaro respondeu ao seguidor dizendo que o fundo partidário pode ser destinado para campanha eleitoral. "Esse recurso é diferente das doações empresariais que os partidos podem receber. Do partido nada de anormal o recebimento. Agora quando vêm das "doações", geralmente (nem sempre), está embutido "favores"".
Em outra resposta aos seguidores, o deputado federal volta a afirmar: "O fundo partidário nada tem a ver com doação empresarial. Quem faz menção a isso quer apenas tumultuar".
De acordo com o jornalista Fernando Brito, Bolsonaro fez uma manobra contábil para não estar na “lista da Friboi”.
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