© Reprodução
Os passageiros que foram feitos reféns dentro de um ônibus, na subida da Ponte Rio-Niterói, no Rio, na manhã desta terça-feira (21), falaram sobre os momentos vividos dentro do veículo, até a rendição do suspeito, que usava uma arma de brinquedo.
PUB
Uma das vítimas, Janete Schimidt, de 50 anos, foi pega pelo pescoço pelo assaltante John Lenon Silva Barbosa, de 25 anos, e teve a arma apontada contra a sua cabeça. Mesmo sem saber que ele usava um revólver de plástico, ela conta que tentou manter a calma.
"Quem não pensa na família e na morte numa hora dessas? Eu estava mais calma. Tinha que ficar mais calma que ele. Eu tentei falar com ele e acalma-lo. Disse que ele era um garoto jovem, que não parecia ser uma má pessoa, que ainda teria outra oportunidade na vida e que ele tinha que pensar na família. Ele só queria que o motorista andasse, queria subir a ponte e fugir", contou.
Já Felipe Roseano, que também estava dentro do coletivo, disse que percebeu que a arma era de brinquedo. "No começo foi bem assustador. Ele falou que queria celular de todo mundo e dinheiro, porque assinaria a condicional hoje e não tinha dinheiro nem para alimentar o filho. Eu via o desespero dele. Ele só pareceu agressivo quando os policiais queriam entrar. Eu falei para ele que sabia que a arma era de brinquedo e ele me respondeu: 'Cara, eu já perdi. Eu sei'", relatou o jovem.
Depois que descobriu se tratar de um revólver "de mentira", Janete ficou revoltada, de acordo com o Extra. "Deu vontade de socar a cara dele quando descobri que era uma arma de brinquedo. A vida é uma brincadeira na mão desses caras".
O roubo bloqueou por cerca de uma hora o acesso à via pela Avenida do Contorno no sentido Rio. Equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cercaram o coletivo e negociaram a rendição do suspeito.