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A situação do candidato de direita às eleições presidenciais da França, François Fillon, está cada vez pior, com novos escândalos sendo anunciados e investigados.
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Desta vez, o ex-premier francês está sendo acusado de "fraude agravada e falsificação" no caso do escândalo dos empregos fictícios. Segundo o jornal "Le Monde", após ter sido indiciado formalmente na última terça-feira (14), Fillon poderá responder por "fraude agravada e falsificação" já que as investigações estão lidando agora com novos documentos que fazem pensar que o político francês poderia ter cometido falsificações para justificar os salários da sua esposa, Penelope. A Promotoria chegou à decisão devido a um novo mandato de busca e apreensão à Assembleia Nacional, o segundo depois do dia 31 de janeiro. Nesta apreensão, foram descobertos novos documentos assinados pela mulher de Fillon nos quais estariam os cálculos das horas trabalhadas por ela. No entanto, ainda de acordo com a publicação francesa, os investigadores querem descobrir se esses arquivos são falsos, feitos depois para justificar o salário recebido por Penelope como assistente parlamentar. A esposa do candidato à Presidência da França foi convocada a prestar depoimento no próximo dia 28 de março sobre o caso.
Segundo a imprensa francesa, Fillon já iria responder também por apropriação indevida de fundos públicos pelos casos de empregos fantasmas de sua esposa e de seus dois filhos.
O inquérito contra Fillon citava crimes como "mau uso de recursos públicos", "abuso de bens sociais", "cumplicidade e ocultação desses delitos", "tráfico de influência" e "violação de obrigações em matéria de transparência na vida pública".
Membro do partido conservador "Os Republicanos", Fillon é suspeito de ter empregado a mulher em um cargo fictício de assessora parlamentar. Penelope teria recebido ao menos 800 mil euros como funcionária da Assembleia Nacional. Os dois filhos do casal também estavam na folha de pagamento da Casa, ganhando até 57 mil euros cada um. A contratação de familiares para cargos públicos é legalizada na França, mas a suspeita é de que os parentes de Fillon não exercessem o trabalho.
Vladimir Putin - Além do escândalo dos empregos fictícios, Fillon ainda teria recebido US$ 50 milhões como intermediário para organizar encontros entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o bilionário libanês Fouad Makhzoumi, proprietário da Future Pipes Industries, em 2015. Segundo o jornal satírico francês "Canard Enchaîné", o ex-primeiro-ministro francês teria usado sua influência e seus contatos para organizar dois encontros: um do bilionário com o mandatário russo e o outro entre o libanês e o CEO da petrolífera Total, Patrick Pouyanné, que também foi chefe de gabinete do ex-premier.
A publicação também informou que a empresa de consultoria de Fillon, a 2F Conseil, assinou, no início de 2015, um contrato com a Future Pipes Industries e que os dois encontros aconteceram em ocasião do Fórum Econômico Internacional do mesmo ano, que foi realizado em São Petersburgo, na Rússia. (ANSA)