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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que análises de uma parte de produtos de frigoríficos que foram interditados após a Operação Carne Fraca mostram que eles "não apresentam qualquer perigo para a saúde humana".
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Em entrevista na tarde desta segunda-feira (27), Maggi afirmou que foram recolhidas 174 amostras de produtos de 21 frigoríficos em investigação. Desse total, as análises de 12 produtos já têm laudos que demonstram que não há risco para o consumo.
Segundo Maggi, as 12 amostras são dos três frigoríficos que foram interditados já no primeiro dia da operação. Na semana passada, a Secretaria Nacional do Consumidor determinou o recall dos produtos dessas unidades.
"Estamos correndo para dizer à população que não há, mas, se houver, vamos dizer também, mas não há até o momento nenhum tipo de anormalidade que possa fazer mal à saúde humana no consumo desses produtos", afirmou o ministro.
Maggi também explicou que as interdições de mais frigoríficos que foram determinadas nesta segunda-feira são por causa de inconformidades econômicas e técnicas após uma vistoria extra do ministério em todos os 21 frigoríficos suspensos.
Segundo ele, foram encontrados produtos vencidos, impedimento da fiscalização ou uso produtos com percentuais de água ou amido acima do permitido pela legislação, por exemplo.
O ministro disse ainda que a nova determinação de recall do Ministério da Justiça de produtos de um frigorífico da Peccin de Jaraguá do Sul (SC) também não significa que os produtos estão impróprios para o consumo.
HONG KONG
Segundo o ministro da Agricultura, ainda hoje haverá uma teleconferência com autoridades de Hong Kong para tentar reabrir as exportações do país para todo o mercado brasileiro.
Ele confia que a decisão da China de manter o embargo apenas aos 21 frigoríficos já suspensos no Brasil pode ajudar na decisão de Hong Kong de rever a restrição total.
Sobre as retomada das exportações ao longo da semana, Blairo afirmou que espera uma recuperação do mercado à medida que mais países vão reduzindo as restrições.
Mas, segundo ele, se o movimento continuasse como o do primeiro dia, quando as exportações praticamente pararam, não haveria sequer como estocar os produtos no Brasil.
O ministério também está fazendo um encontro com todos os superintendentes regionais do ministério nesta segunda-feira. O ministro admitiu que 17 deles são indicações de políticos, mas afirmou que os outros dez também se articularam, mesmo sendo técnicos concursados, para que políticos os indicassem.
Blairo Maggi afirmou que essa prática é comum no país, "um defeito da política brasileira", e ocorre até em "tribunais superiores".
Segundo Maggi, a mensagem passada aos superintendentes foi a de que eles não devem fazer favor a políticos quando se tratar de problemas técnicos. As superintendências de Paraná e de Goiás vão sofrer uma intervenção.
"Estamos em momento de ser transparente. O que disse hoje a eles é o que digo sempre. Pode ter chegado com apoiamento político. Porém a responsabilidade de cada um é com o ministério, é com o Brasil. Digo que não sigam o caminho de atender pleito político de coisas técnica", afirmou Maggi. Com informações da Folhapress.