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A Justiça Federal mandou soltar nessa terça-feira (28) André Luis Baldissera, o diretor da BRF para o centro-oeste, preso no dia 17 de março na Operação Carne Fraca, que investigava irregularidades em frigoríficos. A liberdade dele está condicionada ao pagamento de fiança de R$ 300 mil.
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Às vésperas da operação, foram interceptadas conversas do executivo que indicavam que um carregamento de carnes do frigorífico em Mineiros (GO) foi barrado em um porto da Itália por conter indícios de Salmonella, bactéria que causa infecção com vômitos e fortes diarreias.
A bactéria foi identificada em pelo menos quatro contêineres. A planta da empresa, porém, continuava em operação -segundo a PF, por interferência ilícita de fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina da empresa.
Na conversa, Baldissera e seu interlocutor afirmavam que as autoridades italianas identificaram "infrações repetitivas", e que, no caso de mais um alerta, a planta de Mineiros poderia ser suspensa em definitivo das exportações ao mercado europeu.
A defesa do executivo apresentou à Justiça dois pareceres produzidos por um escritório italiano e uma instituição francesa. Os laudos indicam que a espécie de Salmonella identificada na carga não impediria a sua introdução no mercado europeu nem implicaria a vedação ao recebimento de novos alimentos produzidas na unidade de Mineiros/GO.
Após examinar os laudos apresentados pela defesa, o juiz federal Marcos Josegrei verificou que a prova apresentada pela PF é "para dizer no mínimo, controversa".Segundo o juiz, 'havendo fundadas dúvidas quanto à ilicitude da conduta" do executivo "no recente diálogo monitorado" e a gravidade da contaminação nos produtos retidos no porto italiano não se pode falar neste momento "em prática delituosa reiterada" que imponha a "manutenção da prisão preventiva".
O juiz também falou que tão importante quanto isso é que a unidade da BRF em Mineiros (GO) está com a produção interditada e não oferece "risco sanitário". Além disso, Baldissera requereu seu afastamento temporário da empresa até o término da investigação da PF. Com informações da Folhapress.
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