© Ammar Abdullah/Reuters
A reunião de emergência do Conselho de Segurança realizada nesta quarta-feira (5) deixou evidente a impotência das Nações Unidas (ONU) frente à sequência de atrocidades que marca a guerra na Síria.
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Nem as imagens de crianças paralisadas por um suposto ataque químico do regime de Bashar al Assad foi capaz de colocar a Rússia e as potências ocidentais em acordo, fazendo a tensão entre Moscou e Washington subir a níveis inéditos desde a posse de Donald Trump.
De um lado, o Kremlin continua a defender o presidente sírio. De outro, os EUA se disseram prontos a agir sozinhos. Além disso, o próprio Trump garantiu que sua postura em relação a Assad, que até então não era prioridade para a Casa Branca, "mudou".
Nesse contexto, Moscou, com poder de veto, impediu a aprovação de uma resolução preparada por EUA, França e Reino Unido para condenar o governo da Síria. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia ainda chamou de "notícia falsa" a responsabilização de Damasco pelo ataque químico, que teria ocorrido quando a aviação síria bombardeou um depósito de armas tóxicas dos rebeldes, espalhando gás venenoso pela província de Idlib.
Ao menos em frente às câmeras, a teoria não convenceu Trump. "As terríveis ações do regime de Assad são inaceitáveis e não serão mais toleradas", disse, ao lado do rei da Jordânia, Abdullah II, em visita a Washington. "Aquilo que vi provocou um grande impacto em mim e alterou minha postura em relação à Síria. Agora a responsabilidade é minha", completou o republicano.
O significado dessas palavras foram traduzidos pela embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley: "Quando as Nações Unidas não conseguem levar adiante seu dever de agir coletivamente, há momentos em que os Estados são obrigados a agir por conta própria".
Realizado na última terça-feira (4), na cidade de Khan Sheikhun, o ataque químico deixou pelo menos 86 pessoas mortas, incluindo 30 crianças e 20 mulheres. (ANSA)
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