© Satiro Sodré/SSPress
Os Correios anunciaram na noite desta quinta-feira (6) que, em razão da prisão da cúpula da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), vão encerrar o contrato de patrocínio com a entidade, que duraria até 2019.
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As duas entidades celebravam seguidamente parceria desde 1991 - o que configurava o mais duradouro vínculo do esporte olímpico nacional."Parceiros da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos há mais de 20 anos, os Correios lamentam os últimos acontecimentos envolvendo essa entidade. Para a estatal, já havia sido uma decisão difícil reduzir o patrocínio à CBDA em 2016 por questões orçamentárias, uma vez que esse investimento objetiva apoiar atletas de ponta e também implantar projetos sociais pelo Brasil", afirmou a estatal, por meio de nota.
"Agora, em razão do impacto negativo e do desgaste à imagem da empresa, os Correios estão tomando as medidas legais cabíveis e previstas contratualmente para rescindir o atual contrato de patrocínio, cuja vigência seria pelo período 2017/2019", complementou.
No período, os Correios dariam R$ 11,4 milhões para a confederação esportiva, valor bem inferior no compreendido entre 2014 e 2016, de R$ 48,7 milhões; não corrigidos.
O contrato entre as duas partes previa quebra de contrato em caso de "envolvimento ou participação da CBDA, seus dirigentes ou representantes em atos não condizentes com a postura desportiva ou que tragam prejuízo à imagem institucional dos Correios".
INVESTIGAÇÃOA Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (6) mandados de prisão contra o ex-presidente da CBDA, Coaracy Nunes, 78, e outros três dirigentes da entidade.
Eles são suspeitos de desviar R$ 40 milhões em recursos. Nunes está no comando da entidade desde o final da década de 1980 e é o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo no cargo.
Além dele, há mandados de prisão contra Ricardo de Moura (superintendente), Ricardo Cabral (consultor do polo aquático) e Sergio Alvarenga (diretor financeiro). Outras duas pessoas foram conduzidas coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em entrevista sobre a operação, Thaméa Danelon Valiengo, procuradora do Ministério Público Federal de São Paulo, disse que o patrocínio dos Correios à confederação também é objeto de investigação.
"Os Correios são uma empresa pública federal. Há pouco tempo foi divulgado que estão passando por uma crise financeira grande, fechando o último ano com prejuízo na casa de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, continuaram usando dinheiro público para patrocinar uma federação. Ao longo de 11 anos, está na contabilidade que os Correios forneceram mais de R$ 62 milhões para a confederação. Neste ano, ao invés de investir nos atletas, que devem ser destinatários das verbas públicas federais, os Correios cancelaram o patrocínio da única atleta medalhista na Olimpíada, a Poliana Okimoto, mas por outro lado autorizaram um patrocínio para a CBDA de R$ 11 milhões. Já foi instaurada uma outra investigação para apurar o porquê o cancelamento do [patrocínio da] esportista e o pagamento para uma confederação que está em meio a uma investigação e tem indícios de irregularidades", disse. Com informações da Folhapress.