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O ex-diretor de Infraestrutura da Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ, revelou em delação que a empreiteira desembolsou R$ 4 milhões em troca da garantia de que seria uma das empresas concessionárias das obras do Porto Maravilha, que revitalizaram a região do porto do Rio. Quem recebeu o dinheiro, segundo o depoimento, foi o ex-conselheiro do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), André Luiz de Souza.
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Segundo a Folha de S. Paulo, após o pagamento, o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FII PM), administrado pela Caixa e abastecido com dinheiro do FI-FGTS, comprou R$ 3,5 bilhões em Cepac (Certificados de Potencial Adicional Construtivo).
Em junho de 2011, a prefeitura ofertou todo o estoque de Cepacs em leilão, que foi arrematado pelo fundo da Caixa com recursos do FI-FGTS. E essa compra permitiu que a Prefeitura carioca pagasse as empresas responsáveis pelas obras do Porto. As concessionárias eram a Odebrecht, a OAS e a Carioca Engenharia.
A delação foi feita por BJ em 2011, mas revelada somente nesta segunda-feira (10) pelo jornal Folha de S. Paulo.
O texto lembra que André já foi citado outras três vezes. No total, ele teria recebido R$ 28,5 milhões da Odebrecht, segundo os delatores.
O advogado de André Luiz de Souza, Angelo Bellizia, diz que não pode se manifestar porque não teve acesso às delações. "Quando tivermos acesso, vamos nos manifestar nos autos", argumentou.
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