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O campo de migrantes de Grande-Synthe, próximo a Dunquerque, foi parcialmente destruído na noite desta segunda-feira (10) após embates e um incêndio. Esse era um dos maiores campos no norte da França desde o esvaziamento, em outubro, de Calais.
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O conflito começou com uma briga entre migrantes curdos e afegãos armados com facas. A polícia foi acionada e a crise agravou-se, com confrontos entre as forças de segurança e dezenas de moradores do campo. Não está claro, no entanto, como o incêndio começou.
As chamas reduziram o local, que abrigava cerca de 1.500 migrantes, a "cinzas", segundo Michel Lalande, prefeito da região norte. O prefeito regional é um cargo público nomeado pelo governo, com funções que incluem coordenar as forças de segurança.
"Será impossível colocar as cabanas de volta onde estavam", disse.Cerca de 900 pessoas foram transferidas durante a noite para abrigos improvisados nos arredores, como ginásios esportivos. Há 600 migrantes desaparecidos.
Um dos refugiados feridos foi atropelado por um carro em uma rodovia fora do campo e está em situação crítica, segundo a polícia.
CALAIS
O campo de Grande-Synthe está localizado entre Dunquerque e Calais, abrigando migrantes que fugiram de países em conflito ou em extrema pobreza, como Síria, Iraque e Afeganistão.
São dezenas de cabanas de madeira equipadas com calefação, banheiro e tomadas elétricas, abrigando quatro pessoas cada uma -uma situação excepcional, se comparada à de outros campos de migrantes na Europa.
Mas a existência dessas aglomerações é controversa no país. Já houve incidentes no passado. O governo desmontou centenas de abrigos em Calais, em outubro, e prometeu em março desmobilizar também Grande-Synthe, respondendo à pressão popular -no ano de suas eleições presidenciais, com primeiro turno no dia 23.
Grande parte dos migrantes que se aglomeram no norte da França esperam uma oportunidade de cruzar o canal rumo ao Reino Unido, onde querem encontrar melhores oportunidades.
O incidente da noite de segunda-feira irá, dessa maneira, intensificar os debates sobre a política migratória do Reino Unido, enquanto o país negocia a sua saída da União Europeia, o "brexit".
O ministro britânico para o "brexit", David Davis, afirmou recentemente que a migração ao Reino Unido pode ser intensificada mesmo após a saída do país do bloco econômico, e migrantes devem continuar a rumar ao norte francês com essa expectativa nos próximos anos. Com informações da Folhapress.