Milhares de poemas enaltecem a profundidade do amor materno, em diversas línguas. E uma dona de casa do Rio de Janeiro deu mais uma prova desse sentimento. Valéria Oliveira gerou as duas netas gêmeas, aos 52 anos, para realizar o sonho de paternidade do próprio filho, Victor.
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Bombeiro e psicólogo, ele é casado, há mais de três anos, com Roberto Pereira, que, inicialmente, se opôs ao plano por se preocupar em como eles explicariam o fato de avó ser "barriga de aluguel" das netas, além de não querer colocar a vida da sogra em risco, como contou à agência Globo.
Pereira só mudou de ideia depois que os três visitaram uma clínica de fertilização in vitro. Alice e Valentina nasceram no último dia 2 de fevereiro. As duas não carregam nada mais do que o DNA de netas de Valéria, já que o óvulo fecundado por espermatozoides de Victor e Roberto veio de uma doadora anônima. "Não me senti mãe delas em momento algum, só avó mesmo", lembrou Valéria
A transferência para o útero de Valéria foi feita em maio do ano passado. A gravidez foi confirmada quinze dias depois e transcorreu sem maiores problemas. O restante da família só foi informada quando ela estava no quinto mês de gestação. "Foi uma felicidade. Porque, para nós, a possibilidade de sermos pais biológicos era algo muito distante", declarou Victor.
O registro das crianças em cartório, em Cascadura, na Zona Norte do Rio, foi mais complicado. Mesmo com o documento da maternidade, os dois não poderiam aparecer coo pais no documento.
"A oficial queria que as registrássemos no nome de minha mãe, com pai ignorado, e entrássemos com um processo de adoção. Fui ao plantão do Tribunal de Justiça, que me orientou a procurar a Defensoria Pública. A defensora me deu um ofício obrigando o cartório a registrar as meninas no nosso nome", explicou. Victor e Roberto receberam, há poucos dias, a autorização para o registro civil das meninas.
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