© Miraflores Palace/Handout via REUTERS
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda (17) o reforço de uma das forças de segurança e pediu à população que saia às ruas para defender seu governo caso a oposição tente derrubá-lo.
PUB
A declaração ocorre dois dias antes de novas manifestações convocadas por chavistas e por seus adversários.
A disputa se acirrou há 20 dias, quando a Justiça tentou tirar poderes da Assembleia Nacional, dominada pela oposição.
Ele afirmou ser o presidente mais atacado depois de seu padrinho, Hugo Chávez, mas disse não se intimidar pela pressão. Também pediu lealdade a seus aliados contra o que chama de intervenção.
"Não é um tempo de traição, que cada um se defina se está com a pátria ou contra ela", afirma. "Se amanhece algum dia com a notícia de que a ultradireita tentou um golpe de Estado, saiam às ruas para tomar o poder total".
No evento, o mandatário anunciou a ampliação de 300 mil para 500 mil o número de integrantes da Milícia Nacional Bolivariana, grupo armado formado por reservistas das Forças Armadas venezuelanas e voluntários civis.
Maduro disse ter destinado recursos para treinar todos os agentes e dar um fuzil para cada um deles, apesar da crise. "Todo este território tem que estar protegido contra a agressão imperialista."
PROTESTOS
Nesta segunda, dirigentes chavistas e opositores chamaram a população para lotarem as ruas na quarta (19), quando o país celebra o início do processo de independência. Ambos prometeram os maiores atos dos 20 dias.
A Mesa de Unidade Democrática prevê 26 pontos de concentração em todas as zonas de Caracas para irem em direção à sede da Defensoria do Povo, no centro.
A intenção é pressionar para conseguir entrar no coração da capital, o que eles não puderam em nenhum dos protestos devido à repressão das forças de segurança.
Número dois do chavismo, o deputado Diosdado Cabello rebateu e disse que a manifestação opositora não entra no centro. "Cansamos de falar que eles não vão entrar e tomem cuidado se não somos nós que vamos para lá".
Os governistas pretendem protestar na região central da cidade. Enquanto continua a disputa, os opositores Luis Florido e Carlos Vecchio voltaram a Brasília para buscar mais apoio brasileiro para pressionar Maduro.
Durante a noite, o governo brasileiro, junto com outros dez países, manifestou repúdio à morte de seis pessoas nos protestos e à violência das forças de segurança e de parte dos manifestantes.
Os 11 países também reiteraram o pedido a Maduro que convoque as eleições regionais, adiadas desde dezembro, o mais rápido possível. Com informações da Folhapress.
Leia também: Vídeo: ativista invade comício e ameaça atacar Le Pen