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Cuka Cláudia Linck, uma jovem brasileira que vive na cidade do Porto, em Portugal, compartilhou em seu perfil no Facebook nesta terça-feira (18) uma denúncia de xenofia no metrô da cidade. Ela teria sido vítima de agressões por parte de uma funcionária da própria empresa de transporte.
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Na publicação, Cuka conta que saiu de casa na manhã de terça para uma entrevista de empresa. Na correria, a jovem perdeu todos os seus cartões, incluindo o bilhete do metrô, logo após validá-lo na catraca da estação. Como o acesso aos trens da cidade são abertos, há um fiscal que passa conferindo quem fez o pagamento da passagem. Foi neste momento que a jovem percebeu que havia perdido o bilhete.
Ao ser abordada, Cuka disse ao fiscal que estava atrasada para uma entrevista, mas que passaria lá na volta para resolverem o caso. "Moço, eu posso me dirigir a qualquer lugar posteriormente, mas eu preciso mesmo ir numa entrevista agora. Faço a ocorrência da perda dos meus documentos, faço tudo que o senhor falar que é necessário", escreveu.
O fiscal pediu para a jovem descer do metrô e a levou para uma salinha da estação junto com um outro rapaz português que também não conseguiu comprovar o pagamento da passagem. O rapaz foi atendido primeiro. Ele recebeu uma notificação do ocorrido e foi liberado. Já Cuka, segundo ela, teve de se explicar com a chefe da fiscalização.
"Moça, perdi meus documentos, sinto muito...", disse a brasileira. Mas antes que pudesse concluir a frase, foi interrompida pela supervisora, que fez "uma cara de deboche", com "um risinho querendo sair no canto da boca", e avisou que já havia chamado a polícia.
Entrei em desespero, crise existencial, pânico. Só pensava na entrevista de emprego, só queria sair dali. Já nem me importava com cartão cidadão, com cartão de uma conta bancária que tem 80 cents. Precisava chegar naquela entrevista!"
Foi aí que começou a confusão. No calor do momento, a jovem começou a falar mais alto, quando a fiscal a "olhou com uma cara de nojo e disse coisas do tipo: para de gritar nos meus ouvidos", "só podia ser brasileira que gosta de barraco". E concluiu "volte para o seu país".
"A 'superior' começou a se esconder de mim quando percebia que eu queria ver seu nome no crachá, mas quando me via: RIA. RIA DA MINHA CARA", escreveu.
Depois de esperar 40 minuto, a polícia chegou, preencheu um papeis e foi embora. A fiscal, então, entregou a notificação à jovem e a liberou.
Ela poderia ter me entregado em 5 minutos, sem ter interferido tanto na minha vida, no meu dia pelo menos. Mas ela preferiu me ver durante 1 hora naquela estação, chorando, desesperada, pedindo pelo amor de todas as deusas pra me deixar seguir meu caminho pra entrevista. Ela riu de mim, ela foi XENÓFOBA, ela chamou a polícia pra mim e me tratou como uma criminosa, sendo que O ÚNICO CRIME NESSA HISTÓRIA É O DE XENOFOBIA COMETIDO POR ESSA MULHER. Crime! Intolerância."
Cuka, que tem cidadania portuguesa, acabou não indo para a entrevista.
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