© Marcos Corrêa/PR
O presidente Michel Temer minimizou hoje (20) a derrota sofrida esta semana na Câmara durante a primeira tentativa de votar o regime de urgência da reforma trabalhista, na última terça-feira (18). A aprovação acabou ocorrendo ontem (19), quando o requerimento foi apresentado novamente pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em vez de criticar os parlamentares da base que não votaram com o governo na terça-feira, o presidente optou por elogiar o resultado da segunda votação da matéria.
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“A aprovação da urgência ontem foi uma coisa importante. Algo que no dia anterior não foi aprovado porque nem todos conseguiram votar", disse o presidente. Temer calculou que, além dos 287 votos favoráveis obtidos ontem, houve 80 ausências no plenário, o que, segundo ele, indicaria uma margem de votos ainda maior a favor do governo. "Foi um bom indicativo”, disse o presidente após participar de um almoço no Palácio do Itamaraty.
Perguntado se havia se sentido traído por parlamentares da base na votação de terça-feira e se isso poderia resultar na saída de algum ministro, Temer disse que não planeja retaliações. “Espero que não [seja necessário demitir ministros de partidos que não votaram integralmente a favor do governo]. Mas isso é algo a ser examinado no futuro”, disse ele, pouco antes de elogiar a atuação de seus ministros.
"O PPS votou praticamente de forma integral e seus dois ministros são muito adequados ao governo brasileiro. Trata-se de um partido pequeno. São oito ou nove votos”, disse. Temer acrescentou que o PSB é "seguramente sensível àquilo que é necessário para o Brasil" e que "pouco a pouco vai trazer os votos" que o governo precisa.
Impasse
Na noite de terça-feira, o governo atingiu apenas 230 votos dos 257 necessários para aprovar o regime de urgência para a tramitação do projeto de lei que trata da reforma trabalhista. A justificativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para a derrota no plenário foi de uma desmobilização da base aliada na hora da votação. Um exemplo é que o próprio líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), estava no Senado no momento e não voltou à Câmara a tempo de votar.
No dia seguinte, Maia colocou em pauta novamente a votação do regime de urgência, o que é permitido pelo regimento interno da Casa. Desta vez, os deputados da base governista estavam presentes e o requerimento foi aprovado com 287 votos favoráveis, 30 a mais que o necessário. A nova votação irritou deputados da oposição, que chamaram de “manobra” a a reapresentação do requerimento. A oposição chegou a mencionar o ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cuja gestão foi marcada por repetir votações quando ele discordava do resultado.
Temer também se esquivou de uma pergunta sobre a possibilidade de o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha ser beneficiado com uma delação premiada. “Não digo nada sobre isso. Desejo a maior felicidade a ele”. Com informações da Agência Brasil.
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