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Ao contrário do que muitos jovens imaginam, não são só os idosos que sofrem com a pressão alta. Embora a doença seja mais predominante em pessoas mais velhas, dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 10% da população brasileira entre 25 a 34 anos tem o diagnóstico de hipertensão arterial. Na faixa etária dos 35 aos 44 anos, esse índice sobe para 19%.
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"O aumento da incidência de hipertensão entre jovens está muito relacionada à obesidade e ao sedentarismo, que estão crescendo no Brasil. Como a doença costuma ser assintomática, principalmente entre os jovens, muitos demoram a descobrir", diz Roberto Kalil Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital sírio-libanês.
Com um dos focos na população jovem, o hospital lançou um serviço especializado e uma campanha por ocasião do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta quarta-feira, 26. "Um dos objetivos do serviço vai ser alertar pacientes com hipertensão a orientar filhos e parentes a passarem por avaliação clínica. Também daremos atenção especial aos hipertensos mais graves, cujos níveis de pressão não são controlados nem com medicamentos", explica Kalil Filho.
Pesquisas internacionais apontam que boa parte dos hipertensos jovens nem sabe da própria condição. Estudo feito pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, mostrou que 20% dos jovens entre 24 e 32 anos tinham a doença, mas metade desconhecia o diagnóstico.
A cuidadora Glaucilaine Mireli Martins, hoje com 42 anos, só descobriu que tinha pressão alta após ir parar no pronto-socorro, aos 28 anos, com uma forte crise de dor de cabeça. "Eu sentia essas dores há muito tempo, mas eu quis ser minha própria médica, tomava remédio por conta própria, achava que era enxaqueca", conta.
Só depois da crise mais intensa e a ida ao hospital que ela descobriu ser hipertensa. Na época, Glaucilaine tinha 29 anos.
Minha mãe morreu aos 47 anos de enfarte agudo por causa de pressão alta. Tive tios que também faleceram por essa causa. Eu já tinha uma predisposição", conta ela, que, por conta da doença, perdeu um bebê aos 34 anos. "Os médicos disseram que ou salvavam minha filha ou eu. Depois disso, caí na real. Parei de fumar, ando de bicicleta todos os dias, tomo todos os remédios corretamente. Agora a minha pressão está controlada", conta ela.
Cardiologista do núcleo de hipertensão arterial do Sírio Libanês, Juliana Gil de Moraes diz que a adoção de hábitos de vida mais saudáveis são essenciais mesmo nos casos em que a doença também tem um componente genético. "É preciso combater o excesso de peso, evitar alimentos ricos em sal e praticar exercícios com regularidade", recomenda. Com informações do Estadão Conteúdo.