© Divulgação/PF
Cinco suspeitos de participarem do assalto cinematográfico a uma transportadora de valores, em Ciudad del Este, no Paraguai, foram soltos graças a uma determinação da Justiça. Segundo o juiz Arie Nicolai Cesa Dias, de Foz do Iguaçu, três das prisões, que ocorreram no interior do Paraná, foram ilegais. Os demais, detidos em flagrante por receptação de um carro roubado, responderão em liberdade.
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Segundo informações da Veja, os suspeitos haviam sido presos na operação de captura conjunta das polícias brasileiras. Nenhum dos presos, relatou a reportagem, portava armas ou dinheiro roubado, apesar de terem sido abordados em situação suspeita. Todos negaram o crime. O juiz não citou na decisão nenhum vínculo provado deles com o assalto em solo paraguaio.
“Não obstante tenham sido abordados em situação suspeita, fato é que nada de ilícito com eles foi encontrado, não estando caracterizada qualquer situação de flagrância com relação a eles. Num Estado de Direito não existe espaço para prisões em flagrante embasadas em ilações hipotéticas desprovidas de provas concretas, como as arbitrariamente realizadas no caso concreto”, escreveu o juiz Ariel Nicolai Cesa Dias.
Assalto
Bandidos fortemente armados protagonizaram um roubo cinematográfico na madrugada do último dia 24, na fronteira do Brasil com o Paraguai. O grupo invadiu a sede a transportadora de valores Prosegur em Ciudad del Este e fugiu para uma cidade vizinha levando cerca de US$ 40 milhões (o que equivale a cerca de R$ 120 milhões).
Reféns
O cerco aos assaltantes não evitou o pavor dos moradores. Durante a madrugada, relatou o Estadão, um grupo de 11 trabalhadores que dormia em uma residência, no município de Santa Helena, a 120 quilômetros de Foz do Iguaçu, foi feito refém.
Os criminosos entraram na casa anunciando que eram da polícia, roubaram uma van e obrigaram todos a entrar no veículo. A van foi abandonada em uma comunidade chamada Sede Alvorada, na região de Toledo, e os trabalhadores, que estão em Santa Helena para reformar um silo, foram liberados.
Todos os presos até agora são de nacionalidade brasileira. A polícia não divulgou nomes. Os agentes ainda apreenderam cinco fuzis, um malote com dinheiro nas moedas guarani, real e dólar, cujo total está sendo contabilizado, sete carros, dois barcos, sete quilos de explosivos, uma metralhadora calibre ponto 50 e coletes balísticos da PRF e da Polícia Civil.
Mansão
Em Ciudad del Este, agentes da Polícia Nacional do Paraguai identificaram uma mansão que provavelmente tenha sido usada pela quadrilha como base antes do assalto. Segundo o Estadão, quatro peritos da Polícia Federal e um papiloscopista trabalham em conjunto com a polícia paraguaia em busca de vestígios biológicos e digitais.
"Pode acontecer de o criminoso ser abordado sem materialidade, mas se o DNA bater, ele pode estar vinculado ao local do crime", explicou o delegado-chefe da PF, Fabiano Bordignon.
Os policiais já colheram DNA de cinco presos.
Segundo Bordignon, o crime exigiu planejamento e não foi feito por amadores. Um gabinete de gestão de crise foi montado na Delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu para centralizar as investigações, que também têm apoio das Polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar.
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