Mesmo com greve geral, dólar cai para R$ 3,17

Os mercados de câmbio e Bolsa não foram impactados pelas manifestações

© Reuters

Economia MERCADO 29/04/17 POR Folhapress

Os mercados de câmbio e Bolsa sentiram pouco impacto da greve geral que paralisou parte do país nesta sexta-feira (28). Na avaliação de analistas, os atos não tiveram força para prejudicar as negociações do governo para a aprovação da reforma da Previdência.

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O dólar, que chegou a subir pela manhã por causa da disputa pela taxa ptax - que referencia contratos cambiais -, voltou para a casa de R$ 3,17.

A Bolsa fechou em alta de mais de 1%, enquanto o CDS (credit default swap) - espécie de seguro contra calote e um dos termômetros da percepção de risco do país - recuou 1,07%, para 217,7 pontos.

A greve geral convocada para esta sexta-feira contra as reformas da Previdência e trabalhista provocou transtornos em diferentes cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, houve confrontos entre manifestantes e policiais no centro da cidade.

Apesar do tom de cautela, analistas viram impacto limitado sobre os esforços do governo para aprovar a agenda de reformas. "Não dá para menosprezar as manifestações, mas vimos baixa adesão popular até o momento, então não consideramos algo tão preocupante", afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.

"A tarefa do governo para aprovar as reformas não ficou mais difícil. Adotamos uma linha mais moderada. Não vimos um risco aumentando hoje especialmente", diz.No mercado cambial, o dólar comercial encerrou o dia em baixa de 0,25%, para R$ 3,175. O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 0,33%, para R$ 3,185. No mês, a valorização da moeda americana foi de 1,4% e de 1,8%, respectivamente.

Para Crespo, o próximo mês deve ter mais instabilidade, com os primeiros passos para aprovação da reforma da Previdência. "Isso pode se mostrar mais desafiador. É difícil acreditar que a batalha está sendo ganha. Se até o final de maio a reforma não tiver sido aprovada no plenário, já passa para os investidores uma mensagem de que as negociações estão mais difíceis", afirma.

"Mas se a Previdência tiver sido votada na Câmara, será uma rodada mais positiva para mercados. No médio prazo, ainda temos uma visão bastante positiva nos mercados locais", diz.

BOLSA

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 1,12%, para 65.403 pontos. Foi a segunda semana seguida de alta da Bolsa brasileira. No mês, o avanço foi de 0,65%.

A alta foi ajudada pela recuperação dos mercados de commodities nesta sexta. Os preços do petróleo subiram, impulsionando as ações da Petrobras na sessão.Os papéis mais negociados da estatal subiram 1,75%, para R$ 13,97. As ações com direito a voto tiveram alta de 1,13%, para R$ 14,36.

Os preços do minério de ferro avançaram 3,58% e contribuíram para a alta das ações da mineradora Vale. Com informações da Folhapress.

Leia também: Pelo menos cinco ônibus são incendiados no Rio

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