© Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Um ataque deixou ao menos 13 indígenas do povo Gamela feridos, sendo três em estado grave, no Povoado de Bahias, em Viana, no Maranhão. Um deles teve as mãos decepadas, segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
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De acordo com entidades de proteção indígena, o ataque ocorreu no domingo (30), quando os índios deixavam uma área, retomada por eles no último dia 28, já prevendo o contra-ataque. O território reivindicado pelo povo Gamela não foi demarcado pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Cinco indígenas baleados foram levados para hospital Socorrão 2, em São Luís, onde três permanecem internados. Um deles é Aldeli Ribeiro, que teve as mãos amputadas e os joelhos cortados, além de ter sido atingido por um tiro na costela e um na coluna. Seu irmão, José Ribeiro, levou um tiro no peito e também segue hospitalizado.
Dois indígenas já foram liberados. Um levou um tiro de raspão na cabeça e teve uma das mãos machucada, enquanto o segundo levou um tiro no rosto e outro no ombro, segundo o Cimi.
Os demais feridos tiveram cortes de facão pelo corpo e foram atendidos em Viana e cidades próximas.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra do Maranhão (CPT-MA), há cerca de 360 conflitos por território no Estado. Em 2016, foram registrados 196 episódios de violência, levando a 13 assassinatos e outras 72 ameaças de morte.
"Denunciamos, neste contexto, que a ação criminosa e violenta ocorrida neste domingo foi planejada e articulada por fazendeiros e pistoleiros da região, que, através de um texto no Whatsapp, convocavam pessoas para o ataque contra os indígenas", afirma a CPT-MA.
O povo Gamela já havia sofrido outros dois ataques, em 2015 e 2016.Em nota, o Ministério da Justiça informou que "está averiguando o ocorrido envolvendo pequenos agricultores e supostos indígenas". Minutos depois, o texto publicado no site do ministério foi editado e a palavra "supostos", retirada.
Segundo a assessoria, o ministro Osmar Serraglio determinou o envio de uma equipe da Polícia Federal para o local "para evitar mais conflitos" e "ofereceu apoio" à Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.
Procurada pela reportagem, a pasta estadual não respondeu até as 16h. Com informações da Folhapress.
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