Pessoas devem parar de viver em guerra com seu corpo, diz nutricionista

O metabolismo foi formatado ao longo de milhares de anos, quando a falta de comida era comum e a busca por ela, uma atividade prioritária

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Lifestyle Dieta 03/05/17 POR Notícias Ao Minuto

Oscilar de peso várias vezes no ano passou a ser visto como algo normal, porém, o corpo não entende isso como normal. O normal de um ser humano que se alimenta bem seria ganhar um pouco de peso gradualmente ao longo dos anos, sem contar o período de gravidez no caso das mulheres, é claro. "Cada vez mais as pessoas estão em guerra com o corpo. Em vez de cuidar dele da melhor maneira possível, tentam obrigá- lo a seguir numa direção que ele muitas vezes não quer ir, porque sabe que não é a direção mais saudável", afirma a nutricionista franco-brasileira Sophie Deram, autora do livro "O Peso das Dietas" (editora Sensus).

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Segundo a especialista, é preciso recuperar a confiança no corpo, aprender a cuidar bem dele, e transmitir essa mensagem às pessoas queridas, especialmente aos filhos, netos, sobrinhos e amigos que estão crescendo neste mundo de hoje. "Hoje, o recado que se recebe de todos os lados – jornais, revistas, televisão, profissionais de saúde, vizinhos – é que o corpo é modelável, que se pode ter o tamanho e a aparência que se deseja e que isso é só uma questão de controle e investimento", reflete.

O que mais se escuta o tempo todo é que é preciso fechar a boca e fazer exercícios, no entanto, tanto um quanto o outro aumentam o apetite, diz Sophie. Claro que é preciso ser ativo e fazer exercícios, mas, como tudo na vida, sem exagero. "Quanto a fechar a boca, após anos estudando a ciência da nutrição, sou contra fazer dieta restritiva, isto é, diminuir calorias ou eliminar grupos alimentares da alimentação, por exemplo, contar calorias ou deixar de ingerir carboidratos ou gorduras", continua a nutricionista.

Ela explica que o cérebro não percebe a perda de peso como um sucesso de beleza; percebe-a como um grande perigo, por isso, desenvolve mecanismos de adaptação para proteção. O cérebro vai aumentar o apetite, diminuir o metabolismo e aumentar cada vez mais a obsessão por alimento, justamente para que coma e não corra nenhum perigo de perder gordura.

"O metabolismo foi formatado ao longo de milhares de anos, quando a falta de comida era comum e a busca por ela, uma atividade prioritária. Quem sobrevivia naqueles tempos era quem tinha gordura. Ainda hoje, o cérebro enxerga a gordura como proteção. O cérebro é o maestro do corpo. Ele controla tudo: as emoções, a fome e a saciedade, ou seja, quando comer e quando parar de comer, o equilíbrio energético, isto é, o quanto vai armazenar de gordura e, mais interessante ainda, é o cérebro que controla o peso", afirma a especialista. O caminho para emagrecer de maneira suave e sustentável é um só. Retomando um dos prazeres mais importante da vida: o prazer de comer.

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