© Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defenderá no Japão, a partir do próximo domingo, que a queda da Selic (a taxa de juros da economia) deve contribuir para a retomada do crescimento no Brasil. Goldfajn participará de eventos ligados à Reunião Bimestral de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
PUB
"O afrouxamento da política monetária (a queda da taxa Selic) deve contribuir para a retomada do crescimento, complementado por outros esforços políticos. Quanto mais perseverarmos nas reformas e nos ajustes da economia, mais rápido será a recuperação da economia, levando à criação de empregos e de renda para o povo brasileiro", diz Goldfajn.
Goldfajn repetiu ainda uma ideia que consta em documentos recentes do BC, como a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom): a de que o ritmo de corte da Selic depende da extensão do ciclo e da antecipação de cortes. Por sua vez, essa antecipação de cortes depende da evolução da atividade econômica, de fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação. "O Comitê de Política Monetária considera o ritmo atual de cortes apropriado; no entanto, o contexto econômico atual exige o monitoramento dos desenvolvimentos dos determinantes do ciclo de antecipação de cortes", reafirma Goldfajn.
O presidente do BC também retoma a ideia de que as taxas de juros real e nominal estão em queda no Brasil. Neste caso, ele cita a queda de 300 pontos-base da Selic nos últimos meses e a expectativa de continuidade da baixa. "A taxa de juros real também cedeu de valores próximos de 9% em 2015 para em torno de 4,5% atualmente", afirma. "Uma vez mais, a evidência empírica corroborou a importância da política monetária, assim como a importância da política econômica global, para o controle da inflação", diz Goldfajn.
O presidente do BC afirma ainda, nos apontamentos, que no Brasil várias reformas e ajustes impulsionaram a confiança e reduziram a percepção de risco da economia brasileira. "Persistir nesta direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e outras reformas para impulsionar a produtividade, será crucial para dar suporte ao processo de desinflação e para a queda da taxa de juros neutra", diz.
Goldfajn repete ainda que, em um contexto de gradual recuperação da atividade global, o cenário global atual é "particularmente incerto".
LEIA TAMBÉM: Receita libera consulta a lotes residuais do IR na segunda