© Reuters / Nacho Doce
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento nesta quarta-feira (10) ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, sobre o caso que envolve um triplex no edifício Solaris, no Guarujá. O imóvel teria sido usado como moeda de trocar para que a construtora OAS atuasse em obras da Petrobras. As informações são do El País Brasil.
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A denúncia foi apresentada em setembro de 2016 pelo procurador Deltan Dallagnol. Na ocasião, ele descreveu o ex-presidente como "maestro de uma organização criminosa", usando um power-point polêmico em que palavras como "José Dirceu", "Petrolão", "Mensalão" e "Vértice comum" convergiam para o nome de Lula.
Formalmente o apartamento está registrado em nome da OAS. De acordo com a denúncia da força-tarefa da Lava Jato, o imóvel estaria "reservado" para Lula. O fato aparece em em depoimentos de ex-executivos da empresa, inclusive ex-presidente da empreiteira, Leo Pinheiro, que negocia um acordo de delação premiada com a Justiça.
A defesa de Pinheiro entregou à Justiça documentos para corroborar com a tese de que Lula seria o beneficiário final do imóvel no litoral paulista. Entre as provas, há registros de que veículos registrados em nome do Instituto Lula passaram pelos pedágios rumo a Guarujá entre 2011 e 2013. Os documentos, porém, não apontam que eles se dirigiram para o edifício Solaris. Também há registros de e-mail que confirmam reuniões entre Pinheiro e Lula no período.
Já a defesa de Lula argumenta que as provas concretas apresentadas são bastante tênues e que Lula nunca foi proprietário. Os advogados do ex-presidente alegam que os documentos apresentados “provam que a empresa [OAS] não somente era dona, mas usava seu apartamento tríplex no Guarujá como garantia em contratos com terceiros”.
“Se o apartamento estivesse destinado ao ex-presidente da República, a OAS jamais o teria oferecido como garantia em um contrato”, afirmam os advogados de Lula.
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