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Em seu depoimento na delação premiada, o marqueteiro João Santana disse que o empresário Eike Batista fez pagamentos via caixa 2, no exterior, para ajudar a saldar dívidas das campanhas de Dilma Rousseff.
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A campanha de Dilma em 2010 deixou uma dívida de R$ 10 milhões com Santana, que foi paga parte por Eike e parte pelo lobista Zwi Skornicki.
"Como o acordo que o Vaccari tinha feito com o Zwi não saldava a dívida completa, o Vaccari então buscou a solução Eike Batista", diz Santana.
Segundo o delator, Mônica esteve em uma das empresas de Eike, no Rio de Janeiro, e tratou dos pagamentos com Flávio Godinho, ex-braço-direito do empresário. "Ele providenciou o pagamento na Shell Bill", diz ele, se referindo à offshore aberta no Panamá pelo casal. O marqueteiro disse não saber quanto Eike teria pago.
Santana disse não saber se Eike tinha algum interesse específico em fazer esse pagamento e que achou a operação corriqueira. "São valores grandes, mas proporcionalmente ao tamanho do empresário, algo como dois milhões de dólares não chega a ser grande", disse. "99,9% das campanhas do Brasil são financiadas assim".
De acordo com Santana, ao longo da campanha de 2014, os pagamentos atrasavam e Dilma indicou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar da questão financeira com ele e sua mulher, Mônica Moura. Mantega é acusado de fazer a intermediação entre o casal e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Com informações da Folhapress.
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