Marina busca ex-ministros do STF para seu partido

A Rede também tenta atrair o apoio do PSB, partido pelo qual Marina disputou as eleições de 2014

© Reuters

Política Foco 14/05/17 POR Estadao Conteudo

Com foco nas eleições de 2018, a ex-ministra Marina Silva tenta atrair para seu partido, a Rede, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao Estado, Marina confirmou que tem conversado com Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto. Disse, porém, que as conversas são apenas sobre o cenário político brasileiro, embora seus aliados admitam o interesse da sigla em atrair figuras de peso do Judiciário.

PUB

A Rede também tenta atrair o apoio do PSB, partido pelo qual Marina disputou as eleições de 2014, após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, com quem ela integrava a chapa como candidata a vice-presidente. As conversas nesse sentido estão sendo feitas com a ala do PSB de Pernambuco, que defende a independência do partido do governo Michel Temer.

"Quando conversei com o ministro Joaquim Barbosa, falei sobre questões que estão acontecendo hoje no Brasil, referentes a este momento político. Nunca falei com ele sobre questões partidárias", disse a ex-ministra. Sobre Ayres Britto, afirmou: "Conversamos sobre questões jurídicas. Ele me ensina que, para essa crise, a Constituição é o mapa".

Marina fez questão de ressaltar, no entanto, que os dois ex-ministros do Supremo têm legitimidade e são bem-vindos na política. "A Rede tem respeito por essas figuras. E elas têm toda a legitimidade para, se de modo próprio desejarem, participar. Com certeza devem ser bem-vindas no espaço da política", afirmou. De acordo com ela, o partido que eventualmente filiasse Ayres Britto seria um "agraciado".

O ex-ministro confirmou as conversas com Marina, de quem se diz "amigo de muitos anos". "Vez por outra a gente se junta para tomar um cafezinho e pensar grande o Brasil. Mas sem a mediação partidária", afirmou. Ele nega interesse em disputar eleições. "Minha trajetória de vida no plano da ocupação ortodoxa de cargo público já está de bom tamanho." A reportagem não conseguiu contato com Joaquim Barbosa.

‘Do bem’. Um dos principais articuladores de Marina, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) admitiu que o partido tem interesse em atrair integrantes do Judiciário. "Seria muito bom se eles se envolvessem na política. Quanto mais gente do bem e menos bandido na política, melhor. É melhor Joaquim Barbosa do que (o deputado cassado Eduardo) Cunha. É melhor Deltan (Dallagnol, procurador da Lava Jato em Curitiba) do que a turma do PMDB", disse.

Randolfe afirmou que a Rede tem uma "vantagem comparativa natural" para atrair essas figuras. "Com a agenda e a linha que defendemos, nenhum outro partido é tão atrativo para eles quanto a Rede. Defendemos o fim do foro (privilegiado) e apoiamos a Lava Jato", disse o senador, que foi relator na Casa da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do fim do foro. Ele confirma conversas com Joaquim Barbosa, mas disse que o ex-ministro ainda não "acenou" com a possibilidade de entrar na política.

O senador ressaltou que a Rede tenta convencer Marina a ser candidata a presidente em 2018. Ela, porém, disse que ainda não decidiu. "Estou fazendo meu próprio discernimento no diálogo com a Rede, com outras lideranças de outros partidos, para ver qual melhor forma de contribuir com tudo isso", desconversou. Um desses partidos é o PSB.

Segundo Randolfe, Marina tem conversado sobre o assunto com o presidente do partido, Carlos Siqueira, e a família Campos. Ele considera que, enfraquecido pela Lava Jato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não deve ser candidato a presidente. Para ele, isso fortalece uma aliança entre PSB e Rede, à medida que neutraliza a ala da sigla liderada pelo vice-governador paulista, Márcio França (PSB), que defende apoio ao tucano em 2018.

Viável. "A conversa se aprofundou. A possibilidade de refazer a aliança com a Rede estava fora de cogitação até a virada do ano, mas, hoje, pode se considerar com uma hipótese bastante viável", afirmou o deputado Júlio Delgado (MG), da ala do PSB que defende independência da legenda em relação ao governo Temer. Ele disse ter conversado sobre o tema com Beto Albuquerque, vice-presidente da sigla, e com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). "Eles veem com bons olhos."

Delgado pontua que, caso o PSB não evolua para uma candidatura própria, Marina é um dos campos políticos com os quais muitos integrantes da direção do partido admitem conversar para fazer aliança.

Outra possibilidade, afirmou, é firmar acordo com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), pré-candidato ao Planalto em 2018. A intermediação tem se dado por meio do governador do Ceará, Camilo Santana, que cogita deixar o PT para se filiar ao PSB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 20 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 21 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 23 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 23 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 22 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 23 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia