Vírus da febre amarela teve mutação que pode ter provocado surto

O país já registrou 756 casos confirmados da doença em 2017, contra 7 em todo o ano passado

© Reuters

Brasil Inédito 15/05/17 POR Folhapress

 

PUB

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz descobriram que o vírus do último surto de febre amarela - o maior desde o início dos registros do Ministério da Saúde - tem uma sequência genética jamais vista.Instigados pela extensão da última epidemia, eles fizeram o sequenciamento completo do genoma do vírus e encontraram oito mutações inéditas em algumas de suas sequências genéticas. Dessas variações, sete têm impacto na formação de proteínas envolvidas na replicação viral, processo que permite que o vírus provoque a doença. É possível que essa diferença genética seja um dos motivos do último surto de febre amarela.Myrna Bonaldo, chefe dos laboratórios de Biologia Molecular de Flavivírus e de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, diz que ele também pode ser explicado pelo fato de a população da região impactada (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro) ser pouco coberta pela vacina.O país já registrou 756 casos confirmados da doença em 2017, contra 7 em todo o ano passado. Desses, 259 acabaram em morte até agora. Minas teve 65% das ocorrências e o Espírito Santo, 31%. A febre amarela existente hoje no país é a de transmissão silvestre, que ocorre em áreas rurais e de mata.Mesmo com a descoberta, a vacina adotada atualmente continua valendo, dizem os cientistas. Isso porque essas mudanças não afetam as proteínas do envelope do vírus, que são centrais para a eficácia da imunização. O impacto dessa nova informação para a saúde pública ainda não está claro. Constatar as variações foi apenas o primeiro passo. "Agora, precisamos estudar o vírus em laboratório para entender se ele é, de fato, mais agressivo para humanos, animais e vetores [mosquitos]", afirmou Myrna. Os pesquisadores também querem saber quando essas alterações ocorreram e como o vírus se espalhou. Para isso, pretendem comparar amostras atuais e antigas - o último sequenciamento genético foi feito em 2010, na Venezuela. Eles já colheram amostras de mosquitos e dois macacos do Espírito Santo, mortos em fevereiro deste ano, e de um macaco do Rio. Agora, querem pegar de humanos, macacos e mosquitos de outros Estados. LEIA TAMBÉM: Número de mortes por febre amarela no estado do Rio sobe para cinco
PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 20 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia