A partir de dados coletados por meio do Sistema de Mapeamento de Lesões da CBF, a Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF) divulgou levantamento inédito que apresenta um panorama sobre as lesões sofridas pelos atletas durante o Campeonato Brasileiro da Série A de 2016. Os resultados foram obtidos a partir de informações cadastradas pelos próprios clubes ao longo das 38 rodadas, em processo eletrônico semelhante ao usado no registro de atletas.
PUB
"Contamos com um grande apoio dos médicos para nos ajudar com essas informações. Quando a Uefa adotou esse tipo de sistema, por exemplo, o maior desafio foi conscientizar sobre a facilidade de uso do sistema e da importância desses dados para o futuro. Aqui nós tivemos forte adesão dos clubes de imediato”, afirma Jorge Pagura, presidente da CNMF.
Todos os dados informados pelos clubes só podem ser acessados pela CBF. Há um acordo de confidencialidade entre clubes e a entidade, como explica Pagura: “Somente o chefe da Comissão Médica do clube tem a senha para o acesso ao sistema, que funciona como o de registro de atletas. O departamento de Tecnologia de Informação da CBF foi quem o desenvolveu e já trabalhamos nesse projeto há muito tempo. Nenhuma informação individualizada será divulgada. O sistema utilizado é totalmente protegido”.
As informações coletadas por meio do sistema de mapeamento irão gerar, a médio prazo, estatísticas que servirão de apoio para possíveis mudanças de comportamento em relação à prática esportiva, como proposição de alterações de regras e da tabela dos campeonatos.
“Nas nossas amostragens já é possível termos um detalhamento sobre a incidência das lesões, como a faixa de campo e o período do jogo em que elas mais acontecem. Em dois ou três anos, vamos ter padrões comparativos e naturalmente melhores conclusões sobre o tema”, prevê Pagura.
Resultado é alerta para treinadores e atletas
No total, os dados mostram que 299 lesões foram detectadas no decorrer dos 380 jogos do campeonato mais disputado do mundo. As contusões na coxa dos atletas lideram a lista, com 127 ocorrências ou 42,4% do total de lesões. Os lances envolvendo a cabeça do jogador vêm em seguida. É o número mais preocupante. Foram 29 lesões deste tipo, sendo 11 delas de concussão cerebral, a mais perigosa.
“Quando o jogador bate a cabeça, ele pode ter uma concussão, que é um inimigo oculto. Se obedecermos as regras, a gente estará fazendo um esporte seguro e um futuro mais seguro ainda para o jogador de futebol”, alertou Jorge Pagura, presidente da Comissão Nacional de Médicos do Futebol sobre a importância de técnicos, atletas e torcedores de compreenderem os limites para o retorno de um às atividades após um trauma de cabeça.
Confira acima os números completos da pesquisa.
Com informações da CBF.