PSDB faz reunião de urgência hoje para discutir se sai do governo

Partido decidiu antecipar conversas após delação da JBS

© Valter Campanato/Agência Brasil

Política Brasília 21/05/17 POR Folhapress

O PSDB, principal partido aliado de Michel Temer, convocou uma reunião de emergência da cúpula do partido para este domingo (21), em Brasília, para discutir se mantém seu apoio ao governo.

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Diante do agravamento da crise provocada pelas acusações feitas contra o presidente por executivos da JBS, o partido decidiu antecipar as discussões sobre a continuidade de sua aliança com o peemedebista.

Parte dos dirigentes da sigla defendem, nos bastidores, uma articulação rápida para que Temer deixe o poder, com a construção conjunta entre partidos aliados de uma candidatura para a eleição indireta que seria convocada nesse caso.

O PSDB ocupa quatro ministérios no governo (Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos), e dá sustentação a Temer no Congresso com 47 deputados e dez senadores. Trata-se do maior aliado do PMDB na coalizão governista.

Alguns deputados já manifestaram abertamente o desejo de deixar o governo imediatamente. No Senado, há cautela: o cenário traçado é o de convencer Temer a renunciar ou pressionar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que casse o mandato de Temer.

Na quinta-feira (18), o ministro Bruno Araújo (Cidades) chegou a comunicar à cúpula do partido que entregaria o cargo, mas foi demovido. Temer recebeu, então, os tucanos que integram seu governo e pediu que eles mantivessem seu apoio em nome da estabilidade econômica e política.

As revelações de detalhes das delações do empresário Joesley Batista, entretanto, ampliaram a instabilidade do governo e reacenderam no PSDB as conversas em torno de um cenário de sucessão imediata de Temer.

Os principais caciques do partido têm consultado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o assunto. Na quinta-feira, ele chegou a publicar nota em que defendia a renúncia de Temer.

Naquele mesmo dia, o peemedebista e o tucano conversaram por telefone. FHC revelou preocupação com o cenário político, segundo relatos de dois aliados, mas admitiu que a sugestão de renúncia fora precipitada.

DESEMBARQUE

Partidos da base de Temer já começaram a dar sinais de desembarque do governo.

No sábado (20), a cúpula do PSB decidiu pedir a renúncia do presidente para "acelerar a solução da crise de governabilidade já instalada". O partido já assinou também um pedido de impeachment do peemedebista.

A sigla, na prática, integra a base aliada por ter um de seus quadros no comando do Ministério de Minas e Energia, o deputado Fernando Filho.

O PPS decidiu manter o apoio a Temer, mas o ministro Roberto Freire pediu demissão da pasta da Cultura. Na quinta-feira (18), o PTN havia anunciado o rompimento com o governo. Com informações da Folhapress.

Leia também: OAB vai protocolar pedido de impeachment de Temer

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