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Durante sua visita a Israel, o presidente americano, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (22) que a paz com os palestinos "será alcançada eventualmente".
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"Eu ouvi dizer que a paz entre israelenses e palestinos é o acordo mais difícil de todos, mas nós o alcançaremos eventualmente, eu espero", afirmou Trump em pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
"Queremos que Israel tenha uma paz duradoura".
"Há muito amor por aí", acrescentou o líder americano. "Pessoas de todas as nações querem acabar com a matança. Elas não aguentam mais".
Por sua vez, Netanyahu saudou Trump por sua "visita histórica" a Israel elogiou o americano pela "reafirmação da liderança americana na região", em uma crítica pouco velada à administração de Barack Obama (2009-2017), com a qual teve atritos. "Pela primeira vez na minha vida, vejo uma esperança real de mudança", disse.
Trump evitou se posicionar sobre os pontos mais sensíveis do conflito com os palestinos, desviando de polêmicas com as quais sua administração se envolveu nos últimos meses.
O republicano não fez menção, por exemplo, à possível transferência da embaixada americana para Jerusalém, aventada por assessores. Como a cidade é objeto de disputa com os palestinos, a comunidade internacional não a reconhece como capital de Israel, e as embaixadas são mantidas em Tel Aviv.
Ele tampouco falou sobre o projeto palestino de criar um Estado na região, solução historicamente defendida por Washington da qual Trump abriu mão recentemente, ou sobre a política do governo israelense de expandir assentamentos nos territórios palestinos, considerada uma ameaça ao processo de paz.
Trump se reunirá na terça-feira (23) em Belém, na Cisjordânia, com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
IRÃ
No pronunciamento, Trump e Netanyahu fizeram críticas duras ao Irã.O líder americano acusou o Irã de "ameaçar a região" e "apoiar terroristas". Ele não fez menções ao acordo para frear o programa nuclear iraniano, firmado em 2015, o qual atacara durante a campanha eleitoral.
O primeiro-ministro israelense elogiou a "mudança na política americana para o Irã".
O presidente iraniano, o moderado Hasan Rowhani -que conquistou a reeleição na semana passada-, respondeu nesta segunda-feira às críticas de Trump dizendo que o "Irã é essencial para a estabilidade da região". "O problema é que os americanos não conhecem nossa região e aqueles que aconselham as autoridades dos Estados Unidos as estão enganando", afirmou.
RUSSOS
Mais cedo, Trump disse que não mencionara "a palavra Israel" durante encontro com autoridades russas na Casa Branca há duas semanas.
A imprensa americana veiculou acusações de que o presidente compartilhou com o embaixador russo, Sergei Lavrov, informações altamente confidenciais fornecidas por Israel sobre ameaças da milícia terrorista Estado Islâmico. O compartilhamento de informação teria sido feito sem a permissão das autoridades israelenses e poderia comprometer a segurança de um colaborador.
Netanyahu minimizou o incidente, afirmando que a cooperação entre os Estados Unidos e Israel na área de inteligência é "excelente".
A visita a Israel faz parte do primeiro giro de Trump no exterior desde que ele chegou à Casa Branca. Durante o fim de semana, o republicano se reuniu com líderes muçulmanos na Arábia Saudita e, nos próximos dias, ele visitará o Vaticano e participará de cúpulas internacionais na Itália e na Bélgica. Com informações da Folhapress.