Diagnóstico precoce é fundamental para prevenir e tratar câncer em pets

Também é muito importante a conscientização dos donos de pets sobre a relevância de exames periódicos com médicos veterinários

© Divulgação

Lifestyle CURA 23/05/17 POR Notícias Ao Minuto

A oncologista veterinária Aline Iara Franciosi, do Hospital Veterinário Intensiva (HVI), de Curitiba, recomenda aos tutores de animais de estimação que, por existir diferentes fatores envolvidos no surgimento de neoplasias em cães e gatos, a prevenção é a melhor maneira de evitar o câncer. De acordo com ela, o diagnóstico precoce é fundamental. A castração de fêmeas antes do primeiro cio e o cuidado com a exposição ao sol nos horários com incidência maior de radiação também são cuidados importantes para prevenir o câncer de mama e de pele.

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Segundo a veterinária, assim como a oncologia em seres humanos enfrenta o desafio do diagnóstico tardio do câncer, “em animais passamos pelas mesmas dificuldades”, coloca. Principalmente porque os animais não relatam dor, mal-estar ou outros sinais de que estão doentes. “Então o diagnóstico é mais difícil e, em muitos casos, quando apresentam algum sinal clínico já estão com a doença em estágio avançado, não sendo possível mais a cura, somente tratamento paliativo”, assinala.

É muito importante a conscientização dos donos de pets sobre a relevância de exames periódicos e de diagnóstico precoce da patologia, destaca Aline. “O acompanhamento do clínico é essencial desde os primeiros meses de vida do animal, quando os tutores recebem orientações sobre vacinação, alimentação e cuidados gerais”, explica.

Esse acompanhamento a partir dos 7 anos de idade é fundamental porque a probabilidade de surgir uma neoplasia é muito maior, afirma. “Então é importante que não seja feita só a vacinação anual, mas um bom exame clínico, com exames de sangue e, dependendo do caso, exames de imagem também para avaliação geral. Muitos casos que tratei tiveram bons resultados por ter sido feito o diagnóstico precoce”, destaca.

Aline afirma que o tratamento adequado traz benefícios tanto na qualidade de vida do animal como no aumento de sua expectativa de vida. Com o tratamento adequado será possível ter o controle e, muitas vezes, até a cura do paciente. Mesmo quando curar não é possível, conhecendo-se o comportamento da neoplasia conseguimos melhorar muito a qualidade de vida. De acordo com a veterinária, existem regiões que são mais comuns haver neoplasias, outras em que são acometidos por tipos mais agressivos, mas em qualquer área que possua células vivas pode surgir um câncer.

A médica explica que entre as fêmeas, as neoplasias mamárias são as mais comuns. “Mas o câncer de pele (mastocitoma, hemangiossarcoma, carcinoma de células escamosas) pode desenvolver em machos e em fêmeas. Outro tipo de neoplasia, o tumor venérea transmissível, é contagioso e associado a animais não castrados porque a transmissão ocorre pelo contato sexual”, salienta.

“O diagnóstico precoce pode ser um achado quando fazemos um exame de rotina para avaliação geral e encontramos alguma alteração, mesmo o paciente ainda apresentando alteração clínica. Muitas vezes um tutor cuidadoso percebe um aumento de volume palpável ou nota alguma mudança de comportamento e leva o animal para avaliação, permitindo também o diagnóstico precoce. Quando surge um nódulo palpável pequeno ou mesmo uma alteração inespecífica, sempre recomendo diagnosticar a causa porque é nesse momento que podemos fazer o diagnóstico precoce”, descreve a médica.

De acordo com Aline, todas as neoplasias estão associadas a mutações genéticas que fazem com que as células se multipliquem desordenadamente. “Essas mutações têm maior chance de acontecer à medida que os animais envelhecem e seu sistema imune passa a não funcionar tão bem. Animais jovens podem ter neoplasias, mas elas são muito mais comuns em idosos, a partir de 7 anos”, esclarece. Alguns tipos de câncer têm grande influência do fator hereditário, que está associado a genes defeituosos transmitidos pelos pais, e podem ser observados em neoplasias associadas a determinadas raças. O mastocitoma é muito comum na raça labrador retriever, exemplifica.

Aline detalha que os sinais clínicos variam muito de acordo com o local e tipo de neoplasia presente. Muitas vezes os animais não têm mudança de comportamento, mas é possível ver ou palpar um aumento volume em pele ou subcutâneo. Inapetência ou diminuição do apetite, perda de peso e apatia são sinais comuns em estágios avançados do câncer. Dor e coceira podem ser sinais de câncer e devem ser investigados, completa.

A oncologista acentua que o HVI tem registrado um aumento em diagnóstico precoce. “Além de profissionais competentes e qualificados, o hospital tem uma estrutura adequada para a realização de procedimentos, muitas vezes cirurgias extensas que necessitam de muito cuidado no trans e pós-operatório. Há também internamento e UTI para suporte e controle da dor em tratamento seguro de neoplasias agressivas.

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