© NASA/JPL-Caltech
O rádio-observatório VLA (Very Large Array, sigla em inglês) descobriu por acaso na galáxia Cisne A, a primeira rádio galáxia na história da astronomia, o segundo buraco negro supermaciço, que estava escondido dos cientistas por mais de 20 anos, informa o Astrophysical Journal.
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"As primeiras fotos desta galáxia, recebidas pelo VLA em 1980, se tornaram o "cartão-de-visita" da radioastronomia e de suas capacidades. Quando o telescópio foi renovado em 2012, quisemos obter novas imagens desta galáxia. Ficamos surpreendidos ao descobrir no centro da galáxia um objeto que não existia em todas as fotos anteriores", conta Rick Perley do Observatório Nacional de Radioastronomia, na ilha de Socorro, México.
A galáxia Cisne A ou 3C 405 é a primeira radiogaláxia conhecida da humanidade, sendo uma família gigante de estrelas, que pode ser observada graças à sua radiação eletromagnética. Por exemplo, a Cisne A produz a cada segundo uma energia equivalente à gerada por cerca de 260 bilhões de Sóis.
A fonte desta energia, segundo os cientistas, poderão ser os quasares — buracos negros ativos nos centros das radiogaláxias, que jogam fora para o espaço intergaláctico parte da matéria "mastigada" por eles. Os feixes desta matéria podem ser detectados por suas "caudas" compridas e brilhantes.
Ao observar a Cisne A após a modernização do VLA em novembro de 210, Perley e seus colegas notaram que na foto do núcleo da galáxia há dois pares de tais "caudas" em vez de um par. Um deles correspondia ao buraco negro que os astrônomos viram ainda em 1970 e 1980, enquanto o segundo significa a existência de um objeto novo e desconhecido.
Os cientistas ficaram interessados e seguiram a matéria obscura na Cisne A com uso de outros dois telescópios. Estas observações confirmaram que o "objeto não identificado" era real. Então os astrônomos apresentaram duas possíveis origens: explosões e restos de uma supernova ou um outro buraco negro, que havia "acordado" recentemente e começava a comer o gás e poeira em seu redor.
Como sublinham os cientistas, ainda não se pode afirmar com certeza qual destas hipóteses é verdadeira.
No entanto, a equipe de Perley acha mais provável a variante do buraco negro, pois um tal tipo de supernovas produzindo ondas de rádio tão potentes são um fenômeno bastante raro. Os cientistas esperam que as próximas observações da Cisne A ajudem a compreender se a sua hipótese está correta.
Se existir na verdade um segundo buraco negro na Cisne A, então os astrônomos terão uma oportunidade excepcional de acompanhar um quasar "acordando" e entender como seus processos influenciam a evolução das galáxias e como esse buraco negro pode afetar o comportamento de tais objetos espaciais massivos. Com informações do Sputnik Brasil.
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