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O ex-executivo do BNDES José Cláudio Rego Aranha, investigado pela Polícia Federal em uma operação de compra do frigorífico JBS, conta como o empresário Joesley Batista pretendia elevar a empresa, então apenas Friboi, à categoria de multinacional.
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Responsável pelo departamento de mercado de capitais do BNDES, Aranha afirma que os balanços do frigorífico, em 2015, não eram bons. À epoca, a empresa procurava o banco estatal atrás de sociedade.
"Antes de comprar a Swift na Argentina, eles foram falar comigo. Eu disse: 'Amigo, esquece. Não tem a menor condição. Volta". De acordo com o executivo, a opção apresentada à empresa foi o financiamento.
Após dois anos, depois de uma nova tentativa frustrada de sociedade, a já JBS conseguiu o primeiro investimento direto do banco, de R$ 1,1 bilhão. Com esse capital, a empresa comprou a americana Swift. Essa operação está sob investigação no Tribunal de Contas da União, que apura se houve dano ao setor público, informou a Folha de S.Paulo.
"As pessoas acham que somos idiotas, fechamos os olhos e botamos dinheiro no Joesley. Não botamos dinheiro no Joesley, botamos no negócio. O que importa é que a empresa sobreviva e tenha bons resultados. Se a família A,B,C vai ficar ou não, não é meu problema. O negócio é que tem que ser bom", conclui.
Depois dessa operação, Aranha foi indicado pelo BNDES representante do banco no conselho de administração da JBS.