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Joesley Batista e sua família viajaram para os Estados Unidos com jato da JBS para "garantir a segurança pessoal" do empresário, que na ocasião era presidente do conselho de administração da companhia, informou a empresa em comunicado nesta terça-feira (30).
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Na última sexta-feira (26), a Folha de S.Paulo publicou que o avião que levou o empresário para os Estados Unidos após a delação premiada pertence à JBS, companhia de capital aberto da qual também são sócios BNDES e Caixa.
O uso da propriedade de uma empresa de capital aberto para fins particulares do controlador desatrelados dos interesses dos outros acionistas é considerado má prática de governança corporativa e prejudica indiretamente outros sócios da companhia.
A cada vez que a família Batista usa o avião para atividades privadas -como foi o caso da mudança que levou também o diretor Ricardo Saud-, quem divide a conta são BNDES e Caixa, que, juntos detém cerca de 26% de participação na empresa, além dos outros acionistas minoritários, com aproximadamente 30%.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) questionou, então, a empresa sobre o uso da aeronave da empresa para levar Joesley aos Estados Unidos.
Em resposta, a JBS diz que o jato tem como finalidade ser "meio de transporte para seus administradores e executivos no exercício de suas atividades" e que a utilização do avião por Joesley foi autorizada por Wesley Batista, diretor presidente da JBS e irmão do empresário.
Questionado, Wesley informou que "o uso da referida aeronave foi autorizado para os fins de garantir a segurança pessoal do então Presidente do Conselho de Administração". A viagem, prossegue, foi autorizada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), "antevendo-se que seria necessária à proteção da integridade física e moral daquele então administrador e de sua família."
Segundo Wesley, a proteção seria "essencial para a salvaguarda de interesses da companhia", devido ao acordo de delação premiada dos irmãos que provocou turbulências no governo Michel Temer nas últimas duas semanas.
"A integridade física e moral do Sr. Joesley Batista, assim como a dos demais colaboradores que são ou eram administradores da JBS, está, por esse motivo, asseverou o Diretor Presidente, compassada com os melhores interesses da Companhia", prossegue o comunicado.
JATO TOP DE LINHA
O jato Gulfstream Aerospace GV-SP (550) da JBS usado por Joesley e sua família é considerado top de linha em sua categoria.
Fabricado nos Estados Unidos em 2011, tem dois motores, 20 assentos e preço estimado em US$ 65 milhões (cerca de R$ 208 milhões).
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado financeiro) não informou se o uso particular da aeronave da empresa foi considerado irregularidade.
A JBS é alvo de cinco investigações da CVM, sob suspeita de se beneficiar com a compra de dólares e a venda de ações antes da divulgação do acordo de delação, que provocou a imediata valorização da moeda americana. Com informações da Folhapress.