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Considerado um dos operadores de propina para Eduardo Cunha, Lúcio Funaro tinha uma conta recheada e bens avaliados em milhões de reais. Entre os itens, uma casa de R$ 14 milhões e um helicóptero, de R$ 8,4 milhões. Os bens teriam sido pagos pelo empresário Joesley Batista.
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Segundo uma panilha apresentada pelo empresário da JBS, foram repassados R$ 173 milhões a Lúcio Furano. A reportagem da Folha de S. Paulo destaca que o montante é muito superior ao valor que Joesley terá que pagar de multa no compromisso de delação, que é de R$ 110 milhões.
Joesley fez um acordo de delação premiada e revelou que a conta-corrente era abastecida por diferentes empresas da holding J&F. Segundo ele, os valores pagos a Funaro eram direcionados ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O empresário da JBS afirma que Cunha e Funaro atuavam em conjunto, e cita ainda ligação desse "grupo" com Temer, por "ser da turma do PMDB da Câmara".
O delator revelou ainda que a maior parte do suborno pago se referia à liberação de empréstimos na Caixa Econômica.
Ainda segundo a reportagem, Joesley explicou que Cunha e Funaro influenciavam as operações no banco e que, sem pagamento, não haveria a liberação de financiamentos. O ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto também virou delator.
"Eles vinham tomando terreno, este grupo. Encampou o [fundo de investimento] FI-FGTS, encampou a Caixa, aí encampou o Ministério da Agricultura", disse Joesley sobre a atuação de Funaro e Cunha em setores do governo de Dilma Rousseff e a cobrança de propina nas áreas sob suas influências.
OUTRO LADO
A defesa de Lúcio Funaro alega que Joesley conta "fabulações" ou distorções para conseguir "benesses" em seu acordo de colaboração premiada.
O advogado Bruno Espiñeira afirma que Funaro tinha uma atuação legítima junto a Joesley, e trabalhou com a prestação de assessoria para solucionar pendências do grupo empresarial com o frigorífico Bertin.
A defesa de Eduardo Cunha não comentou o assunto.
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