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A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, pediu nesta quinta-feira (8) que as autoridades eleitorais do país anulem a convocação da Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Nicolás Maduro.
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A eleição da Assembleia Constituinte está prevista para acontecer em 30 de julho.
A oposição decidiu boicotar o pleito por considerar que a forma de eleição dos delegados da assembleia, organizada de maneira territorializada, fere o princípio do sufrágio universal.
Díaz concordou com as considerações da oposição, afirmando que o decreto presidencial que convocou a Constituinte feriu a Constituição atual por violar o direito ao voto. A procuradora também criticou o governo por ter feito ataques aos setores da população que se opõem à convocação da Constituinte.
"Disseram frases agressivas, tachando as pessoas como fascistas ou terroristas. Não podemos viver assim. A paz não podes ser imposta por decreto por um único grupo e esse processo está sendo convocado com base em ameaças", declarou.
Chavista, a procuradora já vinha se distanciando nos últimos meses do governo Maduro. Em abril, ela se opôs à decisão do Tribunal Supremo de Justiça de assumir as funções do Congresso. A medida, posteriormente revogada pela corte, serviu de estopim para uma onda de protestos violentos que já deixou mais de 65 mortos.
No início de maio, em meio às pressões das ruas, Maduro anunciou a convocação da Assembleia Constituinte, apresentando-a como solução para a grave crise econômica que atinge o país.
O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, deu celeridade ao processo de convocação da Assembleia, enquanto a organização de eleições regionais, previstas inicialmente para acontecer em dezembro, segue suspensa. Com informações da Folhapress.