© REUTERS/Paulo Whitaker
A nova operação da Polícia Federal sobre a JBS derrubou mais uma vez as ações da empresa. Os papéis fecharam ontem em queda de 2,67%, cotados a R$ 7,28. Há um mês, eram vendidos a R$ 11,45. Mas, em 22 de maio, logo depois da divulgação da delação premiada dos controladores da empresa, Joesley e Wesley Batista, as ações chegaram a ser cotadas a R$ 5,98.
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Em relação à operação de ontem, que recolheu subsídios para a investigação sobre a atuação supostamente irregular da companhia nos mercados de câmbio e de ações, a JBS repetiu a informação dada anteriormente, quando começou a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na qual relata que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F (a holding do grupo), suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
Sobre as operações de câmbio, "a JBS esclarece que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities. A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais", conclui a nota.
A empresa também afirmou ter colaborado com a operação de ontem. No documento, a JBS afirma que tem se esforçado para colaborar com a CVM, "entregando todos os materiais e informações solicitados na data de hoje e por meio das respostas aos ofícios desde 18 de maio de 2017".
Risco. Ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de classificação de risco da JBS de Ba3 para Ba2, além de rebaixar as notas das subsidiárias JBS USA Lux de Ba3 para B1 e da JBS USA de Ba2 para Ba3. Além disso, todos os ratings foram mantidos em revisão para um possível novo rebaixamento. A agência Fitch já havia reduzido a nota da empresa após a divulgação da delação de seus controladores.
Em comunicado divulgado ontem, a Moody's disse que o rebaixamento reflete "os riscos contínuos relacionados a possíveis processos judiciais futuros, à governança da empresa e possíveis danos à reputação da companhia". Para a agência, esses riscos podem prejudicar as operações, o acesso ao mercado e a liquidez da JBS, com a ação também incorporando possíveis investigações criminais adicionais que envolvam direta ou indiretamente a empresa.
A J&F Investimentos, controladora da JBS, confirmou em 31 de maio a assinatura de um acordo de leniência que prevê pagamento de R$ 10,3 bilhões em 25 anos, referentes a investigações de corrupção, com alguns dos executivos da JBS inseridos no caso.
A Moody's destaca esse fato ao comentar que o acordo elimina a incerteza em relação às investigações realizadas pelo Ministério Público Federal, e afirma que o processo de revisão continuará a se concentrar na probabilidade de processos pendentes, inquéritos ou possíveis processos judiciais futuros, que podem se transformar em responsabilidades e penalidades adicionais significativas para a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.