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O operador Lúcio Bolonha Funaro contratou o escritório do criminalista Antonio Figueiredo Basto para negociar sua delação com o Ministério Público Federal. Com dez acordos homologados na Operação Lava Jato - foram 151 delações feitas em Curitiba -, o advogado é considerado especialista em colaborações premiadas.
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Preso desde 1.º julho de 2016, acusado de operar propinas do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Funaro é considerado peça-chave na investigação sobre peemedebistas - eventual delação teria potencial para agravar a crise política envolvendo o governo Michel Temer. Funaro promete falar sobre as propinas que operou para "caciques do PMDB" e benefícios obtidos por empresas, "de A a Z", de acordo com pessoas próximas à investigação.
Banestado
Com 30 anos de experiência, Basto fechou a primeira delação premiada do doleiro Alberto Youssef, no caso Banestado, na década de 1990. Em 2014, ele fez um novo acordo e garantiu que Youssef deixasse a cadeia, menos de dois anos depois de preso.
A estratégia de defesa ainda está em discussão. Visto no Ministério Público Federal como um candidato a delator "complicado", Funaro terá uma longa negociação para conseguir um acordo, avaliam pessoas próximas às investigações. Como operador financeiro, no entanto, ele integra um grupo de investigados da Lava Jato que mais tem obtido acordos, por levar as apurações para novas frentes no escândalo.
Funaro foi preso na Operação Sépsis, com base na delação de Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa. Funaro é investigado ainda nas operações Patmos e Greenfield, da Lava Jato.
Na quarta-feira passada, o advogado Cezar Bitencourt informou que havia deixado a defesa de Funaro, que "estava interessado" em fazer acordo de delação premiada. A prisão da irmã do operador, Roberta Funaro, foi um dos fatores que mais pesaram na decisão.
Irmã
Roberta Funaro foi presa em 18 de maio, alvo da Patmos, desdobramento da Lava Jato decorrente da delação do grupo J&F. Em 1.º de junho, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, aceitou a conversão da prisão preventiva em domiciliar, monitorada com tornozeleira eletrônica.
Funaro é citado nas delações da J&F como recebedor de mensalinho de R$ 400 mil, para ficar em silêncio na cadeia. Teria sido, segundo os delatores da J&F, essa mesada paga a Funaro um dos assuntos que levaram Joesley Batista até o Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, quando gravou uma conversa com o presidente Michel Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.