© Gilvan de Souza / Flamengo
Depois de atrasos nas obras, polêmicas e algumas batalhas nos bastidores para obtenção dos laudos necessários, o Flamengo inaugura nesta quarta-feira (14) a sua casa pelos próximos três anos, pelo menos. Às 21h (de Brasília), o estádio Ilha do Urubu -batizado pela torcida- recebe o duelo entre o time carioca e a Ponte Preta, válido pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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A noite até poderia ser de festa por conta da expectativa pela conclusão da reforma do estádio da Portuguesa, na Ilha do Governador.
No entanto, a crise técnica que o Flamengo atravessa -a vitória é fundamental para a sequência do trabalho de Zé Ricardo- e a longa indefinição sobre a casa definitiva do clube mais popular do país deixam os torcedores apreensivos.
A Ilha do Urubu será inaugurada pouco mais de 20 anos depois do último jogo do Flamengo em seu estádio, na sede da Gávea. Foi em 27 de abril de 1997 -vitória por 3 a 0 sobre o Americano. A estrutura da época também era provisória, em sua maior parte. Desde então, o clube fez inúmeras tentativas para a construção do estádio próprio e esbarrou em diversos obstáculos -autorizações, associações de moradores, custo etc.
Em 2005, por conta das obras no Maracanã, o Flamengo fez uma parceria com o Botafogo e administrou a Arena Petrobras no mesmo local da atual Ilha do Urubu. A casa, porém, não era de responsabilidade apenas do clube da Gávea, o que só voltou a acontecer agora. O principal motivo para o Flamengo buscar abrigo no estádio da Portuguesa foi justamente a indefinição sobre o futuro do Maracanã e a necessidade de ter um lugar com baixo custo para mandar os jogos no Rio de Janeiro.
O cenário, no entanto, continua longe do ideal. A capacidade da Ilha do Urubu é de 20.215 torcedores, reduzida para o aspecto de lucro com bilheteria, e o contrato tem a duração máxima de seis anos. Neste intervalo, o clube espera resolver de forma definitiva o problema histórico da ausência de uma casa própria. Enquanto atua na Ilha, a ideia é a de que as obras no estádio acústico da Gávea transcorram normalmente apesar da necessidade de obtenção de uma série de projetos, estudos e autorizações. A expectativa é a de que, com tudo resolvido, os procedimentos sejam iniciados em 2018.
"O prefeito Marcelo Crivella tem sido parceiro de várias brigas do Flamengo. É claro que a Ilha não é a solução definitiva para a nossa casa. Pretendemos ter um estádio, o que já foi aprovado pelo prefeito. Só que a torcida e os cariocas vão gostar do que fizemos. Conseguimos uma importante solução provisória", afirmou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
Apesar do projeto de estádio na Gávea para 25 mil pessoas, o Flamengo sempre teve o desejo principal de participar da administração do Maracanã. O processo segue indefinido, os valores são consideravelmente elevados e não se sabe se será realmente viável. Crivella é um dos entusiastas do clube, que aguarda a decisão do governador Luiz Fernando Pezão. Enquanto sonha com Gávea e Maracanã, a realidade rubro-negra está na Ilha do Urubu -uma possível última solução provisória em 121 anos de história.
"O panorama do Maracanã ainda é de indefinição. Todos entendemos que ela já poderia ter sido resolvida, mas aguardamos. O estádio da Ilha é confortável, com segurança e tem um gramado maravilhoso, o melhor do Brasil. A nossa intenção sempre foi intercalar os jogos na Ilha e no Maracanã durante o período, mas esse problema todo prejudica e precisamos negociar jogo a jogo", encerrou Bandeira. Com informações da Folhapress.