Casada com Bino Farias, baixista da banda Cidade Negra, há 17 anos, a técnica de áudio Marcele Simeão guarda uma série de histórias tristes para contar. Segundo ela, o período com o músico foi marcado por agressões.
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"Foram 17 anos de agressões físicas, psicológicas e patrimoniais. Eu espero que o meu depoimento possa auxiliar principalmente na prevenção de casos como o meu. O meu desejo é que outras mulheres e suas famílias não carreguem as mesmas marcas de violência", disse Marcele, segundo informações do colunista Leo Dias.
O músico chegou a ameaçar Marcele de morte em 2014, desencadeando uma ocorrência policial, que levou o casal a se separar definitivamente. No último dia 26, o juiz André Luiz Cidra, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Niterói, concluiu a condenação do músico pela Lei Maria da Penha. O baixista do grupo Cidade Negra foi condenado a dois anos de serviços comunitários, no montante de sete horas semanais e comparecimento mensal ao juízo no primeiro ano e bimestral no segundo. O músico foi condenado ainda ao pagamento das custas judiciais e poderia ter sido condenado a um mês e cinco dias de detenção se não fosse réu primário, informa o colunista.
A advogada de Marcele comentou o caso, que considera uma vitória. "Em dois anos de processo, nenhum recurso foi admitido", explica Ana Bernadete, especialista em Direito de Família.
"Quanto mais mulheres tiverem coragem de quebrar o ciclo de violência e relatar sua história, teremos menos riscos de morte por violência doméstica", comentou a diretora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo e Pesquisadora da Fiocruz, Rita Costa.
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