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O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) realizou nesta sexta-feira sua maior injeção diária de capital no sistema financeiro desde meados de janeiro, após decidir não seguir o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) com um aumento de juros nesta semana, em meio a sinais de crescente estresse financeiro na segunda maior economia mundial.
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A medida do PBoC sugere que Pequim adota uma abordagem mais acomodatícia e conciliatória, em sua contínua campanha para evitar o risco e também bolhas financeiras, por meio de custos mais altos de empréstimo e do maior controle da oferta de capital. Uma política mais relaxada é especialmente necessária neste mês de junho, em que a demanda por dinheiro registra um pico sazonal na China, por causa de pagamentos de impostos corporativos e exigências regulatórias sobre o capital dos bancos, dizem analistas.
A decisão de Pequim de manter a política monetária após o Fed elevar os juros - após subir os juros horas depois da alta de março do BC americano - também mostra um alto grau de relaxamento entre os dirigentes sobre pressões no câmbio e nos fluxos de capital da China.
Em sua operação de rotina no mercado, o PBoC injetou o montante líquido de 250 bilhões de yuans (US$ 36,73 bilhões) nesta sexta-feira, o maior valor nessa operação desde 18 de janeiro, quando havia injetado 410 bilhões de yuans para atender a uma demanda igualmente forte por dinheiro antes do feriado do Ano Novo Lunar no país.
"Independentemente de fatores sazonais, a medida de hoje do banco central também mostra que ele adota uma abordagem mais branda em seu esforço para reduzir a alavancagem financeira porque esta já começa a gerar um impacto negativo na economia real", afirmou o analista Tang Yue, da Industrial Securities.
A campanha de Pequim para controlar investimentos muito alavancados começou no verão passado local e se intensificou em fevereiro e março, quando o país teve duas elevações em uma série de taxas de juros importantes para os mercados. As medidas para redução do risco financeiro levaram a uma forte alta nos custos para empréstimo nos últimos meses: os retornos dos bônus do governo subiram à máxima em 29 meses em maio e seguem elevados, enquanto um número recorde de companhias cancelaram ou adiaram novas emissões de bônus.
Junho é em geral um mês de maior nervosismo no mercado interbancário chinês, com bancos e instituições financeiras atuando para conseguir fundos a fim de pagar impostos corporativos e, por exemplo, atender aos requisitos de compulsório do banco central. Calotes em empréstimos de alguns bancos médios geraram uma crise de liquidez sem precedentes no país há quatro anos, que quase provocou um problema generalizado no sistema financeiro chinês. Fonte: Dow Jones Newswires.