© REUTERS/Guillermo Martinez
Um cheiro forte de madeira queimada, cinzas voando pelo ar e estruturas de ferro e vidro retorcido recebem quem chega à estrada nacional 236 no trecho que liga Figueiró dos Vinhos à Castanheira de Pêra.
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A antes pacata rodovia regional é conhecida, desde o último sábado (17), como "estrada da morte", por ter concentrado 47 dos 64 mortos do incêndio florestal que vem devastando o centro de Portugal.
As vítimas tentavam usar a via como rota de fuga, mas morreram carbonizadas ao ficarem encurraladas em um trecho de aproximadamente 500 metros que foi completamente engolido pelo fogo.
A vegetação densa de pinheiros e eucaliptos que margeiam esta e uma boa parte das rodovias da região serviu de combustível para a propagação do incêndio na estrada, que acabou ainda coberta por uma espessa camada de fumaça negra que a deixou praticamente sem visibilidade.Reaberta nesta segunda-feira (19), a estrada ainda tem marcas da tragédia ocorrida 48 horas antes.
Nem todos os veículos atingidos pelas chamas foram retirados. Carros de passeio, veículos comerciais e até um caminhão completamente destruído se acumulam nas margens da via estreita e íngrime.
O cenário de desolação atraiu curiosos durante o dia, que pararam para tirar fotos com os vestígios do incêndio.Embora tenha sido liberado pela polícia, o asfalto da rodovia ainda tem as marcas dos carros queimados. Algumas das placas de alumínio da sinalização derreteram completamente.
Ao mesmo tempo, o local também começa a receber homenagens aos que perderam a vida. Algumas pessoas, especialmente moradores da região, estão depositando flores ao longo da estrada. (Folhapress)