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Uma pesquisa que estuda o nascimento das estrelas, realizada em conjunto pelas universidades de Harvard e de Berkeley, ambas nos Estados Unidos, concluiu que o sol tem um irmão gêmeo. E do mal.
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De acordo com uma publicação da Revista Superinteressante, corpos estelares se formam nos chamados “núcleos densos”, que são agrupamentos gasosos condensados que impedem até mesmo a luz de sair de dentro delas. No entanto, ondas de rádio conseguem atravessar suas paredes.
Sabendo disso, o grupo de pesquisadores apontou um transmissor de rádio construído pela Nasa para a constelação de Perseu, onde há uma grande concentração de estrelas em formação. Assim, eles puderam observar que grande parte dos corpos estelares são formados em duplas.
Ainda de acordo com a publicação, as estrelas relativamente novas (de até 500 mil anos) nascem distantes umas das outras, a uma distância de 500 unidades astronômicas (ou 500 vezes a distância entre o nosso Sol e a Terra). Elas também são alinhadas no eixo da nuvem de onde saíram e vão se juntando com o tempo.
Já os corpos mais velhos (com até um milhão de anos), são desalinhados e costumam ficar a 200 unidades astronômicas de distância.
Com os dados obtidos no estudo, os cientistas constataram que o Sol não é uma exceção e que também pode ter um irmão. “Provavelmente tenha havido um Nêmesis há muito tempo”, escreveu o astrônomo da Universidade de Berkeley e coautor do estudo Steven Stahler em um comunicado.
Mas por que este irmão é considerado do mal e chamado de Nêmesis (palavra grega usada frequentemente para designar inimigos)? Um astrônomo da universidade de Berkeley, Richard Muller, descobriu em 1984 que uma estrela há milhões de quilômetros da Terra pode ser a responsável por enviar meteoros para cá.
Segundo o astrônomo, a estrela teria passado por uma região com uma alta concentração de asteroides e tem as suas forças gravitacionais agindo como um estilingue, que arremessa meteoros na direção oposta à sua. Muller acredita que o meteoro que eliminou os dinossauros da Terra é fruto de um direcionamento do Nêmesis.
Não se sabe, contudo, onde estaria o irmão do mal do nosso sol. Especula-se que, se ele de fato existiu, tenha sido levado para longe pela força da gravidade de algum outro corpo e, assim, retirado da rota natural de aproximação.