BNDES prepara rito acelerado para negociação de dívida

O BNDES pretende agora facilitar a repactuação dessas dívidas

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Economia com Estados 21/06/17 POR Folhapress

O BNDES prepara um conjunto padronizado de documentos para acelerar o refinanciamento das dívidas dos Estados com o banco. Foram aprovadas no plenário do Senado nesta terça (20) duas resoluções que emperravam a renegociação das dívidas, fruto de um acordo firmado entre os Estados e o governo federal no ano passado.

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As resoluções permitem que Estados com nível de endividamento acima dos limites impostos pelo Senado (duas vezes sua receita corrente líquida) possam refinanciar seu passivo com o banco. O BNDES pretende agora facilitar a repactuação dessas dívidas, criando um rito padrão para a entrega de documentos pelos Estados, a fim de acelerar a avaliação técnica.

Segundo o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, esse kit estará pronto em até 30 dias. A lei que autoriza o refinanciamento das dívidas com o BNDES dá prazo até o dia 23 de dezembro para que a renegociação seja concluída. Alguns secretários de Fazenda já demonstraram preocupação às equipes técnicas do banco sobre o prazo, considerado exíguo, para cumprir toda a exigência burocrática que viabilizaria as operações, na prática uma nova operação de crédito.

+ Sinal de 'desarticulação' surpreende analistas

A padronização na entrega de documentos e nos procedimentos de análise deve acelerar esse processo.Na semana passada, o presidente Michel Temer reuniu governadores em Brasília e se comprometeu em liberar o refinanciamento. O ato foi interpretado como uma tentativa do governo em demonstrar que tem apoio dos governadores em um momento de crise política.

Segundo o BNDES, todos os 26 Estados têm dívidas passíveis de renegociação, valor que soma R$ 20,87 bilhões. O refinanciamento teve sinal verde do Tesouro Nacional, que é o avalista dos Estados na renegociação. São cinco as linhas de financiamento do BNDES com os Estados que tiveram a repactuação autorizada. Ficaram de fora os empréstimos feitos para as obras da Copa de 2014.

O presidente do BNDES indicou ainda que pretende renegociar dívidas de outras linhas, valor que somaria mais R$ 30 bilhões. Conforme noticiou a Folha de S.Paulo, para isso, o banco poderia aceitar como garantia outros ativos dos Estados, como ações de empresas estatais a serem privatizadas. A estruturação dessas operações ainda está sendo elaborada.

O único veto, neste momento, é a inclusão de financiamentos para obras da Copa de 2014. Isso porque em muitos casos, os Estados são sócios de construtoras envolvidas na Lava Jato e o refinanciamento deveria cobrir também essas empresas. A questão é que boa parte ainda não recebeu atestados que permitam tomada de novos empréstimos em bancos estatais.

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