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Manoel Sousa, pai de Simone Scheuer Sousa, a brasileira de 35 anos que desapareceu de um navio de cruzeiro na Itália, não consegue encontrar motivos para o sumiço de sua filha.
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Simone trabalhava na área de limpeza do MSC Musica, mas desapareceu misteriosamente no último domingo (18), quando o transatlântico estava atracado em Veneza, no nordeste italiano.
Seus colegas perceberam a ausência na madrugada seguinte, quando o navio já estava em mar aberto, navegando rumo a Brindisi, 700 km ao sul da capital do Vêneto.
Há relatos de que Simone teria sumido após um desentendimento com seu chefe e depois de ter terminado um namoro de dois anos com outro colega. Mas, em entrevista à ANSA, Manoel disse não ter conhecimento sobre eventuais ameaças contra a filha.
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"Não, a gente não ficou sabendo. Teve um bate-boca com o supervisor dela, mas são coisas de serviço", conta o pai, que afirma estar "arrasado", sem encontrar algo que justifique o desaparecimento. "Não tem nada, minha filha tem cabeça", garante.
O relato sobre a "boa cabeça" de Simone é corroborado por quem a conhece de perto. Maricelma Cavenaghi foi sua chefe durante três anos em uma clínica de fisioterapia em São Paulo e diz que a brasileira é uma pessoa "equilibrada".
"Você podia falar e falar que não tirava ela do sério. E se você a tirava do sério, ela ficava quieta. Me surpreendeu essa história de desavença. Ela é extremamente calma, tranquila, sorridente, falava baixo. Quando dizia 'oi', já estava com um sorriso aberto, não tinha tristeza", salienta a fisioterapeuta.
Simone trabalhou no setor administrativo de sua clínica durante os anos de 2005, 2006 e 2007 e, mesmo depois de trocar de emprego, fazia visitas frequentes à ex-chefe. A última delas foi em abril do ano passado, quando já era funcionária da MSC.
"Ela é uma pessoa extremamente boa, com coração enorme, muito carinhosa. É evangélica, centrada e muito família", diz Maricelma.
Espera
A família de Simone mora na zona sul de São Paulo (SP) e, segundo seu pai, acompanha o caso à distância. Na Itália, as investigações são coordenadas pela Guarda Costeira, que ainda não deu notícias sobre o possível paradeiro da brasileira.
O MSC Musica realiza neste verão europeu uma rota circular pelo mar Mediterrâneo, passando por Grécia e Montenegro, além de Veneza e Brindisi. Nesta quarta-feira (21), o navio navega entre as cidades gregas de Santorini e Pireu.
A última vez que Manoel e Simone conversaram foi na quinta-feira passada (15), três dias antes do sumiço, e nada aparentava algo fora da normalidade.
"Infelizmente, estamos aguardando. Estamos aqui na expectativa, foi ontem [20] que teve todo o rebuliço. Na quinta-feira, ela falou que estava normal. A gente fica arrasado, mas até agora não temos nada de informações concretas", diz o pai. (ANSA)
Leia na íntegra a nota da MSC sobre o caso:
A MSC Cruzeiros informa que, no dia 19/06/2017, à 00h53 da madrugada (horário local da Itália – 7h53 de Brasília), foi constatado o desaparecimento de uma tripulante brasileira embarcada no MSC Musica, enquanto o navio navegava no mar Adriático, de Veneza para Brindisi. Assim que reportado o ocorrido, o transatlântico alertou imediatamente o Centro de Salvamento Marítimo da Guarda Costeira Italiana e retornou ao seu curso original para realizar operações de busca no mar, juntamente com outras embarcações que estão na região. Ao mesmo tempo, a equipe de segurança do navio também efetuou buscas a bordo. Até o momento, a tripulante continua desaparecida e todas as frentes de investigação realizadas com as autoridades marítimas seguem em andamento.
“Estamos acompanhando a situação de forma muito próxima e no mais alto nível da companhia, por envolver um de nossos tripulantes. Desde o primeiro momento, estamos trabalhando em estreito contato com as autoridades locais e com a família para prestar o suporte necessário. Infelizmente, até o momento não há novas informações”, informa Adrian Ursilli, Diretor Geral da MSC Cruzeiros do Brasil.