© Tomaz Silva/ Agência Brasil
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse nesta quarta-feira (21) que ocorreram cortes nos investimentos dos serviços de conservação da cidade como a limpeza de bueiros para o escoamento da água em enchentes, mas, segundo ele, a redução foi feita por causa da crise financeira do município.
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“O problema da crise financeira do Rio de Janeiro é prioridade e a prioridade é a saúde e a educação. Estamos, neste momento, enfrentando uma coisa atípica [a chuva dos últimos dias]. A gente tinha imaginado que as chuvas tinham acabado em março. Nunca imaginávamos que no meio do ano tivesse uma chuva tão forte. As galerias vão ter que ser revistas, sobretudo, aqui na zona sul, onde tivemos alagamentos inesperados e imprevisíveis”, disse o prefeito.
O secretário de Ordem Pública do Município do Rio, Paulo Cesar Amêndola, admitiu que o Centro de Operações Rio (COR) não emitiu alertas prévios sobre as fortes chuvas, fato que gerou críticas à administração, mas ponderou que a prefeitura não pretendia causar pânico na população para um fato que ainda não tinha ocorrido. Amêndola disse ainda que o atual perfil do COR é mais voltado para a segurança pública.
Durante uma visita, nesta quarta-feira, na área onde houve um deslizamento no bairro Cosme Velho, Crivella comentou que a mudança não significa que as operações de alerta serão prejudicadas. O prefeito disse que o órgão não é um centro de comando, mas de monitoramento e que na madrugada ele recebeu os informes. “Tenho impressão que nos momentos de chuva, nós temos que priorizar a chuva, nos momentos em que não tem chuva, temos que priorizar a segurança. É uma questão de gestão”, disse.
Críticas contestadas
Também nesta quarta-feira, o Centro COR divulgou um comunicado para contestar as críticas de que não respondeu adequadamente aos problemas causados pela chuva forte e que causou alagamentos em diversos bairros e deixou pessoas presas em ônibus e carros, sem poder seguir viagem ou se arriscando a caminhar em locais alagados. O centro de operações foi criticado ainda por não ter emitido alertas à população com informações e orientações mais completas sobre a chuva que começou a cair no fim da tarde e se intensificou à noite e na madrugada.
Os protocolos operacionais para dias de chuva do COR obedecem três estágios: de normalidade, de atenção e de crise e variam conforme as situações que se apresentam incluindo as condições do tempo. As situações mais graves são relacionadas aos estágios de atenção e de crise. Nessas situações mais graves costuma ocorrer também a utilização do Sistema de Alerta por Sirene em regiões com alto risco de deslizamento, que é gerenciado por equipe da Defesa Civil, que funciona no COR.
De acordo com o órgão entre as 19h de ontem e as 18h de hoje, a Defesa Civil acionou 20 sirenes em nove comunidades e registrou 109 ocorrências, 26 delas emergenciais. Conforme o COR, a mais relevante foi um deslizamento de barreira no Cosme Velho, que interditou parcialmente a Rua Cosme Velho, próximo à Estação de Trem do Corcovado, na zona sul do Rio.
O COR informou que ontem houve pontos de alagamento em 22 bairros, sendo que durante a madrugada e a manhã de hoje ainda havia registros de chuva moderada a forte em pontos isolados. Depois disso, as ocorrências no Rio mantiveram-se estáveis ao longo do dia. “Apesar do temporal, em toda a cidade não houve qualquer registro de desabamentos, feridos ou de pessoas desalojadas”, diz a nota.
O COR informou que a cidade do Rio se mantém em estágio de atenção desde as 23h45 de segunda-feira (19), o que para o órgão, funciona como alerta e dá início a diversos protocolos de comunicação, utilizando redes sociais e informes periódicos para rádios e TVs.
“Ao longo do evento chuvoso, o COR divulgou informações em tempo real sobre a atuação e deslocamento dos núcleos de chuva e seus impactos, com recomendações de segurança para a população. A partir das 19h [de ontem], uma transmissão de vídeo com cerca de quatro horas de duração ao vivo alcançou mais de 600 mil perfis em redes sociais”.
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