Promotoria irá recorrer contra prisão domiciliar de Roger Abdelmassih

Ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes

© Reuters

Justiça sentença 26/06/17 POR Folhapress

O Ministério Público de São Paulo irá recorrer da decisão judicial que concedeu prisão domiciliar ao ex-médico Roger Abdelmassih.

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Além de contestar a decisão, o promotor Luiz Marcelo Negrini de Oliveira Mattos, responsável pelo caso, irá apresentar um mandado de segurança para Abdelmassih voltar a cumprir pena na cadeia.

Condenado a 181 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes, o ex-médico teve a prisão domiciliar concedida pela juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Sueli Zeraik Oliveira Armani, na última quarta (21).

Na decisão, a juíza atribuiu a progressão da pena à falta de condições do presídio em oferecer tratamento médico ao preso, que sofre de cardiopatia grave. De acordo com laudo médico que embasou a decisão, porém, a saúde do ex-­médico requer um tratamento clínico sem estrutura específica, com medicamentos "facilmente usados em qualquer ambiente fora do hospital". A defesa do ex-médico foi procurada, mas não comentou o conteúdo do laudo.

Abdelmassih estava internado havia pouco mais de um mês no Hospital São Lucas de Taubaté para tratar de uma pneumonia quando recebeu o benefício. Ele teve alta na sexta-feira (23) e foi transferido de ambulância para o apartamento onde mora sua mulher, a procuradora Larissa Sacco Abdelmassih, e os dois filhos do casal, na zona oeste de São Paulo. Ele usa uma tornozeleira eletrônica.

A defesa do ex­-médico havia pedido em outubro a concessão de indulto humanitário, previsto para portadores de doenças graves que não podem ser tratadas no ambiente prisional. No caso do pedido não ser acatado, a defesa pediu então a prisão domiciliar, o que foi acatado pela Justiça. O promotor Mattos havia emitido parecer contrário ao indulto.

CASO

Abdelmassih ficou conhecido como "médico das estrelas" e chegou a ser considerado um dos principais especialistas em reprodução assistida do país, antes de ser acusado por dezenas de pacientes por abuso sexual. O primeiro caso foi denunciado à Promotoria em 2008. Abdelmassih ficou foragido por três anos até ser localizado em 2014 no Paraguai, de onde foi deportado. A cassação definitiva do registro profissional ocorreu em 2011. Ele cumpria pena no presídio em Tremembé desde agosto de 2014.

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