© Reuters / Ueslei Marcelino
O relato da delação do do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, deve ser um dos principais elementos usados pelo juiz Sergio Moro, para sentenciar a condenação do ex-presidente Lula, que pode ser feita a qualquer momento.
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De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o depoimento de Pinheiro, concedido a Moro em abril, é citado cerca de 60 vezes pelos procuradores na argumentação a favor da condenação do petista.
Em sua audiência, Pinheiro disse que o apartamento no Guarujá foi destinado para o ex-presidente e que o valor correspondente foi quitado de uma espécie de"conta-corrente da propina" com o PT. Contudo, ainda não foram apresentadas provas e a ação tem sido baseada, como disse Deltan Dallagnol, procurador da Lava Jato, ao apresentar a denúncia contra o ex-presidente, que 'não temos prova, mas temos convicção'.
Delação OAS
Em tratativa de delação desde 2015, o empreiteiro da OAS decidiu contar ao juiz Moro detalhes do pagamento de propina antes mesmo de seu acordo de delação ser concretizado. Ele está detido desde setembro do ano passado.
Ele afirmou que a OAS só se interessou em incorporar o edifício, no litoral paulista, porque soube por meio do ex-tesoureiro do PT João Vaccari que Lula havia adquirido cotas de uma unidade no prédio, quando a obra ainda era de responsabilidade da cooperativa Bancoop. Pinheiro afirmou ainda que Lula pediu a destruição de provas.
Acusação
Em defesa final entregue na terça-feira, os advogados de Lula pediram a absolvição e reafirmaram a tese de perseguição política. A Procuradoria pede que Moro determine o regime fechado como forma inicial de cumprimento de pena.
O ex-presidente é acusado de crimes de corrupção e lavagem em decorrência do recebimento de R$ 3,7 milhões de propina -a maior parte do valor se refere à posse do apartamento e às reformas feitas pela empreiteira na unidade. Ele é réu em outras quatro ações penais.
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