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A italiana Gessica Notaro, a ex-miss atacada com ácido pelo seu ex-namorado, participará mais uma vez do Miss Italia. No entanto, desta vez, a jovem será a embaixadora contra o feminicídio do concurso de beleza, o maior do país. A voz forte e determinada da italiana será escutada por toda a nação europeia durante as seleções regionais das candidatas através de um vídeo no qual Notaro falará sobre os perigos do "não amor", ou amor falso, que pode chegar a conclusões dramáticas como a dela.
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A participação de Gessica foi ideia da organizadora histórica do evento, Patrizia Miriglini, que pediu que a Miss Romagna 2007 fosse uma porta-voz contra a violência contra as mulheres e falasse do assunto com cada participante do concurso e com seus familiares através da gravação.
Originária de Rimini, na Emília-Romana, norte da Itália, Notaro foi eleita miss dessa região em 2007, quando também disputou o concurso Miss Itália. Depois disso, passou a trabalhar como adestradora em um aquário de sua cidade e chegou a ter experiências televisivas na emissora pública "Rai" e na rede privada "Mediaset", de propriedade de Silvio Berlusconi.
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Aos investigadores, ela acusou o ex-namorado, Edson Tavares, um cidadão de 29 anos do Cabo Verde, na África, de tê-la atacado com ácido na porta de sua casa. Tavares está preso na penitenciária de Forlì, mas jura inocência. Antes disso, ele já havia sido denunciado por maus-tratos por outra mulher e proibido de chegar a menos de 50 metros da vítima.
A audiência contra Tavares, aliás, teve início nesta quarta-feira, dia 28, em Rimini, e contou com a presença de Gessica, que prestou depoimento.
Nos meses anteriores ao ataque, a ex-miss havia denunciado o seu ex-namorado por perseguição, já que ele não queria admitir que o relacionamento entre os dois tivesse terminado. Tavares então foi proibido de se aproximar da jovem devido a uma liminar de distância expedida pela polícia local a pedidos da italiana, o que, no entanto, não impediu que atacar Gessica com o ácido.
Durante o seu depoimento no tribunal, a jovem disse que decidiu ir à polícia por medo de Tavares e do que ele poderia fazer com ela. "Eu queria me proteger, não frustrá-lo.Por isso pedi a medida", afirmou na audiência. "Ele me havia dito: 'você vai me pagar e vou estragar a sua vida sem tocar um dedo em você'. Citando um provérbio do seu país ele me disse que 'todo cachorro tem sua sexta-feira' para afirmar que 'vai chegar o dia no qual você vai pagar'. Ele se sentia a vítima", contou Gessica ao juiz. (ANSA)