© Edilson Rodrigues/Agência Senado
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), lamentou nesta terça-feira (4) a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. "A prisão do ex-ministro Geddel nos atinge pessoalmente. Nós lamentamos, é um amigo querido. É uma pessoa que tem grandes serviços prestados ao país e é claro, não gostaríamos de ver ele nessa situação", disse.
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Ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel foi preso na Bahia na segunda-feira (3) e transferido para Brasília na madrugada desta terça. Ele é acusado pelo Ministério Público de tentar atrapalhar as investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de créditos pela Caixa Econômica Federal.
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Geddel é um grande aliado do governo do presidente Michel Temer do qual se demitiu em novembro do ano passado, após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero ter dito que o peemedebista o pressionou para liberar a licença de um empreendimento que beneficiava Geddel.
Embora lamente a prisão do ex-ministro, Jucá diz não conhecer o processo para opinar, mas afirma que a medida "é algo muito forte, muito agressivo". O líder do governo, contudo, nega que o episódio afete o andamento do governo. "Isso não impacta o governo. O governo está governando. O ministro já não era ministro há muito tempo. Nós estamos trabalhando, os dados são excelentes do governo", disse, destacando dados sobre crescimento da produção industrial divulgados nesta terça.
"Nós estamos fazendo dever de casa para recuperar o Brasil apesar das flechadas, apesar dos ataques, apesar dos problemas", disse, em resposta a uma declaração dada no fim de semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Em evento em São Paulo no último fim de semana, Janot disse que seguirá comandando as investigações até setembro, quando deixa o cargo. Ele comentou a indicação por Temer da procuradora Raquel Dodge para substitui-lo, mas disse que "enquanto houver bambu, haverá flechas".
Jucá evitou ainda comentar que a prisão de Geddel possa impactar na Câmara o recebimento da denúncia apresentado pela PGR contra o presidente Temer. "Se tiver uma boa base legal, os deputados vão avaliar, se não tiver vão se manifestar também. É uma questão interna da Câmara, Senado não tem que opinar", disse.
Para ser analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), responsável por investigar e processar o presidente da República, a denúncia contra Temer por corrupção passiva precisa de uma autorização prévia da Câmara dos Deputados. Isso só ocorrerá se ao menos 342 deputados votarem pela continuidade do processo.
AÉCIO
Jucá comentou ainda o retorno do tucano Aécio Neves (MG) para o Senado nesta terça-feira. Afastado do mandato por decisão da Justiça desde 18 de maio, o senador é esperado no Congresso na tarde desta terça, quando deve fazer um discurso na tribuna da Casa. Na semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, autorizou que Aécio retome o mandato de senador.
"O retorno é uma decisão do Supremo Tribunal Federal. O mesmo STF que afastou colocou de volta o senador Aécio aqui", disse. Jucá reconheceu que o trabalho do tucano de ajudar o governo. "Ele é um senador importante e portanto pode dar contribuição muito forte", disse.
Para o líder do governo, a decisão tomada por Marco Aurélio "repara um acidente". "[Aécio] estava exercendo e exerce muito bem aqui o seu mandato, com muita competência e muita seriedade", disse. Com informações da Folhapress.