© Alan Santos/PR
Alvo de denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer criticou nesta quinta-feira (6) autoridades que acreditam ser iluminadas por uma "centelha divina" e que tentam abalar o princípio constitucional da harmonia entre os poderes.
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Em discurso duro, o peemedebista afirmou que tentar abalar o equilíbrio entre as instituições federais é um "crime" cometido por pessoas que pensam apenas em seus interesses pessoais ou funcionais, promovendo disputas públicas.
A crítica do presidente é feita no momento em que ele tem elevado o tom contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que apresentou a acusação contra o peemedebista baseada na delação premiada da JBS.
"As pessoas, muitas vezes, pensam no seu interesse pessoal ou no seu interesse funcional e entram até em uma disputa. Sem embargo da Constituição Federal determinar a harmonia entre os poderes, o que têm feito é a tentativa de desarmonizar os poderes. E, isso, meus amigos, é um crime ao estado democrático de direito e só passa pela cabeça daqueles que acham que são autoridades iluminadas por uma centelha divina", disse.
Em mais uma provocação indireta, sem citar o chefe do Ministério Público Federal, o peemedebista defendeu a necessidade de recuperar conceitos democráticos, como a ampla defesa, o respeito ao contraditório e a "seriedade das falas e manifestações".
Na semana passada, o presidente acusou o procurador-geral de "revanche, destruição e vingança" e disse que ele se vale de "ilações" para acusá-lo sem provas, insinuando que ele recebeu dinheiro de um ex-assessor do Ministério Público.
Nesta quinta-feira (6), o peemedebista afirmou ainda que as autoridades são transitórias e, por isso, devem respeitar a Constituição Federal e a soberania popular. "São autoridades constituídas e não o são por uma centelha divina", ressaltou.
O discurso foi feito em evento de lançamento do novo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Segundo o ministro Mendonça Filho (Educação), as mudanças feitas irão aprimorar a iniciativa, passando a oferecer juros zero aos estudantes mais pobres.
"Os juros zero serão assegurados para renda familiar per capita de até três salários mínimos e vamos respeitar a capacidade de pagamento", disse.
Ele ressaltou ainda que serão reduzidos de 6,5% para 3% ao ano os juros para estudantes de renda familiar per capita de até cinco salários mínimos, em vagas para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Com informações da Folhapress.