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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, assinou, na manhã desta segunda-feira o acordo que garante o repasse de verbas às escolas de samba do Grupo Especial para o desfile do próximo carnaval. Em reunião com o presidente da Liga Independentes das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, e com os presidentes das agremiações, na sede da Prefeitura, ficou acertado que a subvenção de R$ 1 milhão para cada uma, metade do que foi disponibilizada neste ano. O montante será pago em cinco parcelas até novembro, num total de R$ 13 milhões.
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"Finalmente, hoje assinamos com a Liga para repassar os recursos às escolas. Isso vai garantir que o carnaval seja celebrado da mesma maneira que tem sido nos outros anos. Quero tranquilizar o povo do Rio de Janeiro, dizendo que, dentro das possibilidades, o carnaval está mantido", disse Crivella.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, agradeceu a costura das negociações e disse que as escolas de samba farão um espetáculo à altura do investimento feito pela Prefeitura. Para compensar parte da perda, a prefeitura anunciou que receberá propostas de patrocínio de empresas privadas, a fim de que possa distribuir mais R$ 500 mil para cada agremiação.
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"Vamos fazer um dos maiores carnavais. A Prefeitura entendeu a dificuldade das agremiações. É um novo modelo, mas a gente está acreditando na proposta de trabalho da Riotur para apoiar o prefeito num momento de crise por que passam todas as prefeituras, e o Rio de Janeiro não é exceção", afirmou o presidente da Liesa.
Crivella anunciou que a reforma das arquibancadas e dos banheiros da Sapucaí deve começar em breve. Também serão instalados 700 novos refletores com lâmpadas de led. Só com essas obras, a Prefeitura vai gastar R$ 1,1 milhão.
Ironia
Uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio, a Mangueira zombará, em seu próximo carnaval, do corte de verbas do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão por agremiação do Grupo Especial. "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!" é o titulo do enredo da escola que fará 90 anos em 2018.
"É um enredo que zomba da decisão do atual prefeito, que questiona padrões e modelos, que traz de volta o carnaval enquanto sátira, que traz o desfile enquanto um discurso cultural de teor mais crítico e menos escapista", explica a agremiação.